Estamos vivendo tempos de ganharmos indulgências para nós e para nossos entes queridos que já descansam no repouso dos justos.
O Papa São Paulo VI promulgou a Constituição Apostólica Indulgentiarum Doctrina, de 1º de janeiro de 1967, que traz a doutrina teológica fundamental sobre as Indulgências e revisa parcialmente a disciplina indulgencial contida no Código de 1917.
A reorganização e revisão total da disciplina foram levadas a cabo, um ano depois, pelo Enchiridion indulgentiarum promulgado pelo Decreto da Sagrada Penitenciaria de 29 de junho de 1968 e, atualmente, revisado e adaptado ao Código de Direito Canônico.
O que é indulgência?
É perdoar benignamente, ter clemência. O que se perdoa por meio da indulgência é uma pena, ou seja, a privação de um bem, imposta para expiação/purificação do pecado e correção do pecador. Um exemplo para entendermos melhor. Quando alguém se machuca possivelmente a partir de seu ferimento surge uma cicatriz; ao sarar o machucado, a cicatriz permanecerá. Assim acontece conosco quando pecamos. Após recebermos a absolvição dos pecados a marca do pecado permanece na nossa alma, a indulgência, portanto, vem para curar também esta cicatriz.
No Cân. 994, diz que qualquer fiel pode lucrar indulgências para si mesmo ou aplicá-las aos defuntos como sufrágio.
A indulgência, teologicamente falando, vem ajudar a satisfazer a pena devida pelos pecados e que, de um modo ou de outro, deveria ser cumprida nesta vida ou na outra (purgatório), ela é remissão da pena. A indulgência é plenária, quando liberta de toda pena. Caso contrário é parcial (quando não se cumprem todas as disposições).
As condições para receber indulgência para si ou para algum ente falecido são:
Disposição em se converter e voltar o seu coração para Deus, deve ser validamente batizado, não estar excomungado, buscar a confissão sacramental, a comunhão eucarística participando da Santa Missa, rezar pelas intenções do santo Padre o Papa e cumprir alguma outra prática penitencial (indulgenciada), como por exemplo, visitar um Santuário, recitar uma determinada oração, visitar um cemitério, etc. Para tanto, requer-se que se exclua todo e qualquer pecado, ainda que venial. Lembre-se que todas as vezes que você for confessar, faça um bom exame de consciência e abra seu coração ao confessor. Para sair do confessionário perdoado por Deus por meio da Igreja, é necessário contar os pecados, por mais tenebrosos que sejam. O confessionário é o tribunal misericordioso de Cristo, o Justo Juiz, onde todos aqueles que se aproximam com sinceridade, arrependidos e desejosos de mudança, saem perdoados. Fique atento!
Em 2025, celebraremos com toda a Igreja, o Jubileu Ordinário que nos convida a sermos peregrinos de esperança e na oportunidade, teremos a graça de ganharmos ou lucramos indulgências que nos serão concedidas durante todo o ano. Para obter a Indulgência Jubilar, os fiéis podem:
- Peregrinar a um lugar sagrado do Jubileu e participar da Santa Missa (à Missa própria para o Jubileu ou à Missa votiva: Pela reconciliação, pelo perdão dos pecados, para pedir a virtude da caridade e para promover a concórdia).
- Participar de uma Missa ritual para conferir os sacramentos da Iniciação Cristã ou a Unção dos Enfermos.
- Celebrar a Palavra de Deus.
- Participar da Liturgia das Horas.
- Participar da Via-Sacra.
- Participar do Rosário Mariano.
- Participar do hino Akathistos. (é uma composição mariana do rito bizantino. Canta o mistério da encarnação salvífica do Verbo de Deus, desde a Anunciação até a Parusia.
- Participar de uma celebração penitencial, que termine com as confissões individuais dos penitentes.
- Peregrinar à Igreja Catedral Sagrado Coração de Jesus, ao Santuário Diocesano N. Sra. do Rosário, às Matrizes Santa Bárbara, em Bituruna, São Mateus, em São Mateus do Sul e/ou Sagrado Coração de Jesus, em Cruz Machado.
- Se, individualmente ou em grupo, visitarem devotamente quaisquer destes lugares e aí dedicarem um suficiente período de tempo à adoração eucarística e à meditação, concluindo com o Pai-Nosso, a Profissão de Fé e com qualquer forma legítima e invocações a Maria, Mãe de Deus.
- Peregrinar ao Santuário Nacional de Aparecida.
- Os fiéis verdadeiramente arrependidos que não puderem participar nas celebrações solenes, nas peregrinações por motivos graves (como os idosos, os doentes, os reclusos, assim como quantos, nos hospitais ou noutros lugares de assistência, prestam um serviço continuado aos doentes), receberão a Indulgência jubilar nas mesmas condições espirituais, sacramentais e de oração, se, unidos em espírito aos fiéis presentes, recitarem o Pai-nosso, a Profissão de fé e outras orações do Ano Santo, nas suas casas ou nos lugares onde o impedimento os reter.
- Participar das Missões Populares.
- Participar de formações sobre os textos do Concílio Vaticano II e o Catecismo da Igreja Católica.
- Praticar atos de caridade pelas almas do Purgatório, assim poderão obter duas vezes no mesmo dia a Indulgência, aplicável apenas aos defuntos.
- Praticar obras de misericórdia (corporal e espiritual) e de penitência (valor penitencial da sexta-feira; jejum; abstinência, oração, esmola; dedicação do tempo livre a atividades de voluntariado).
- Visitar por um suficiente período de tempo os irmãos que se encontrem em necessidade ou dificuldade, e cumprindo as habituais condições. Os fiéis poderão, sem dúvida, repetir estas visitas no decurso do Ano Santo, adquirindo em cada uma delas a Indulgência plenária, mesmo quotidianamente.
OUTRAS AÇÕES EVANGELIZADORAS PARA A IGREJA PARTICULAR DE UNIÃO DA VITÓRIA:
- Romaria Diocesana 2025 para a Catedral, na Solenidade do Sagrado Coração, será indulgenciada.
- Cada paróquia procure ter iniciativas de ações de misericórdia visando: os presos, jovens, idosos, migrantes e pobres.
- Peregrinação ao Vibração Jovem 2025, será indulgenciada.
- Haja um dia do Tempo da Quaresma dedicado, de preferência com afluência de fiéis, para a Missa Ritual para conferir o sacramento da Unção dos enfermos em todas as paróquias.
- Santa Missa nos presídios, com confissões prévias (por causa da indulgência, fazendo uma preparação anterior sobre o Jubileu).
- Celebração do Dia Mundial dos Pobres em todas as paróquias.
- Cada igreja indulgenciada providencie o logotipo do Jubileu (em forma de decalque-papel ou plástico), de modo que fique em destaque.
- Na Catequese se trabalhe sobre o Jubileu com temas próprios indulgência, peregrinação, esperança, reconciliação.
- Sejam propostas e preparadas formações sobre temas próprios do Jubileu. Para estas formações, dentre os membros do clero, podem ser convidados os “Padres Missionários da Esperança”: Pe. Emílio Bortolini Neto, Pe. Anderson Spegiorin, Schr, Pe. Antonio Kolodizieiski, Pe. José Levi Godoy e Pe. Antônio Carlos Rodrigues.
Pe. João Henrique Lunkes
Juiz Auditor da Câmara Eclesiástica