Damos início aqui a uma série de artigos que visão nos fazer compreender a importância de a catequese e a liturgia caminharem de mãos dadas como irmãs, muito próximas e inseparáveis, fortalecendo-se e enriquecem-se mutuamente.
Percebe-se na Igreja que essa reaproximação da catequese com a vida litúrgica da comunidade faz-se urgente. Precisamos, por isso, compreender o porquê dessa necessidade, e em seguida, essa compreensão torne-se uma prática em todas as paróquias da Diocese.
Já a algum tempo estamos escrevendo nestes artigos da importância de não se olhar para a catequese como formadora de estudantes, mas de discípulos e discípulas de Jesus Cristo. O caminho catequético, mais do que um estudo a ser feito, deve ser uma experiência a ser vivenciada: Afinal, no “início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma pessoa, que dê à vida um novo horizonte e, dessa forma, o rumo decisivo” (Carta Encíclica de Bento XVI: Deus Caritas Est (Deus é amor) n.1.).
É nesse sentido que a Iniciação à vida cristã busca resgatar a profundar a unidade vivida nos primeiros tempos da Igreja, quando catequese e liturgia formavam uma unidade inseparável.
Aquilo que o catecúmeno aprendia
era também aquilo que ele celebrava,
e aquilo que ele celebrava
era também aquilo que ele aprendia.
Infelizmente, com o passar dos tempos essa unidade foi se rompendo e a distância entre essas duas dimensões da fé foi se tornando muito prejudicial para a evangelização. É como se dois universos existissem: o da catequese e o da liturgia. Semelhantes a dois rios paralelos que nunca se encontram, mas que singram lado a lado sem que a recíproca contribuição e complementação de suas riquezas pudessem ser aproveitadas.
De que adianta aprender as verdades da fé sobre Deus, a Virgem Maria, a Igreja, os bons costumes, etc., se não se tem a possibilidade de maravilhar-se comunitariamente através da celebração conjunta daquilo que se crê? Seria quase como ter um celular novinho, último modelo, alta capacidade, mas que só conheço, sem poder usufruir de todas as suas possibilidades.
Ou então o contrário: de que adiantaria eu ter um celular de última geração em minhas mãos, com os melhores aplicativos e recursos disponíveis, mas não saber o uso de deles, tendo que usá-lo de modo inadequado, sem usufruir de tantas coisas que ficarão sem uso pela ignorância acerca de sua operacionalização?
No primeiro caso se trata de catequese sem celebração daquilo que se aprende. No segundo caso se trata de liturgia sem a compreensão de seu sentido.
Portanto, o objetivo dos próximos artigos será oportunizar aos internautas, o entendimento dessa relação próxima e fecunda entre catequese e liturgia trazendo os vários ritos de entrega e os encontros celebrativos que estão sendo implementados no itinerário catequético em nossas Paróquias.
Pe. Sidnei José Reitz
Assessor da Catequese