Junto ao Sacramento da Reconciliação, temos outro sinal da fé: a sagrada Unção dos Enfermos. Ambos são os sacramentos da Cura e agem como que remédio contra as enfermidades da alma e do corpo.
A atitude cristã frente ao mistério da morte e da dor é a aceitação tranquila à luz da fé e da esperança em Jesus. Nele, o sofrimento e a doença já estão vencidos e aqueles que estão com Ele, são chamados a participar da sua cruz, encontrando um novo sentido ao sofrimento.
“Curai os enfermos” (Mt 10,8)
A Igreja recebeu esta missão do Senhor e esforça-se para cumpri-la. Por esta razão a reconheceu como um dos sete sacramentos, instituído pelo Senhor Jesus, como nos indica São Marcos: “chamou os dozes discípulos, começou a enviá-los” (v.7) e “expulsavam muitos demônios e curavam muitos doentes, ungindo-os com óleo” (v.13).
Assim também recomenda São Tiago: “Algum de vós está enfermo? Chame os presbíteros da Igreja, para que orem sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o doente, o Senhor o aliviará; e, se tiver pecado, receberá o perdão” (Tg 5,14-15).
“Aproximou-se e derramou óleo e vinho nas feridas” (Lc 10,34)
A celebração da unção é simples. Consiste na saudação à família e ao doente feita pelo padre, que em seguida asperge água benta sobre o doente, lembrando o Batismo, e explica o mistério celebrado. Não havendo confissão sacramental, segue o rito penitencial.
Na Liturgia da Palavra faz-se uma só leitura bíblica e uma breve fala, apontando Jesus que cura, que conforta e que salva, assim como pedindo para o enfermo o conforto da fé e o alívio no sofrimento.
Então o enfermo é ungido em sua fronte e nas mãos após a imposição das mãos do padre, que diz: “Por esta santa unção e pela sua infinita misericórdia o Senhor venha em teu auxílio com a graça do Espírito Santo, para que, liberto dos teus pecados, Ele te salve e, na sua bondade, alivie os teus sofrimentos“.
O rito termina com a oração do Pai-nosso, a Comunhão do doente se for o caso, e a benção final, que expressa esperança, paz e votos de saúde.
“Alegrando-vos na esperança” (Rm 12,12)
A unção dos Enfermos é o sacramento da esperança. Deus, que acompanhou a vida do homem desde o início, não o abandona nos momentos difíceis, como é o caso de uma doença grave, a velhice, o perigo de morte. Ele nos dá o seu consolo e nos dá o Espírito Santo para que possamos permanecer nele.
Ajuda a pessoa a entregar-se confiante nas mãos de Deus e encontrar algum caminho, seja o de cura ou se prepara para a vida eterna, para o encontro com Deus, em que a vida não nos é tirada, mas transformada.
Refletindo…
“Na presença de um doente, por vezes pensa-se: ‘chamemos o sacerdote para que venha’; ‘Não, dá azar, não o chamemos’, ou então, ‘o doente assusta-se’. Por que se pensa assim? Porque um pouco há a ideia de que depois do sacerdote venha a agência funerária. E isto não é verdade. É preciso chamar o sacerdote para junto do doente e dizer: ‘venha, dê-lhe a unção, abençoe-o’. É o próprio Jesus que chega para aliviar o doente, para lhe dar força, para lhe dar esperança, para o ajudar; também para lhe perdoar os pecados. É sempre bom saber que no momento da dor e da doença não estamos sós: o maior conforto provém do fato de que quem está presente no Sacramento é o próprio Senhor Jesus, que nos guia pela mão, nos acaricia como fazia com os doentes e nos recorda que já lhe pertencemos e que nada – nem o mal nem a morte – jamais nos poderá separar d’Ele”. (Papa Francisco)
Referências
– Bíblia Sagrada Edição Pastoral
– Rito da Unção dos Enfermos e sua assistência pastoral
– Catequeses do Papa Francisco