Vivendo este Tempo Pascal na alegria da Ressurreição de Jesus, celebramos este tempo como se fosse um só dia de festa, um grande domingo até a descida do Espírito Santo, o Pentecostes, sobre a Igreja. Este tempo é feito para o acolhimento do dom inefável da Salvação, na Páscoa de Cristo, de onde brota o Rio da Vida.
Vida nova!
A razão pela qual, na liturgia, a Igreja celebra o Mistério Pascal é que todos nós vivamos e demos testemunho dele no mundo, que requer confiança total no Senhor e em levar uma vida na graça, a tal ponto de afirmar que “não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (cf. Gl 2,20).
O Cristo Ressuscitado é a fonte de nossa fé, que se expressa pela vida litúrgica da Igreja na qual entramos em comunhão com a Páscoa do Senhor e nos tornamos participantes da “nova vida” do Salvador, sobretudo pela Santa Missa e pelos sacramentos.
Nossa vida é transformada pela graça divina que se derrama da Cruz de Jesus, e da qual todos os sacramentos têm sua origem e adquirem sua eficácia. Eles são os canais desta vida nova: por eles os nossos pensamentos se tornam os de Jesus, nossos olhos estão fitos nos dele, nossos sentimentos são os dele, as nossas ações são as ações de Cristo, nosso coração é um com o Seu manso e humilde coração.
Canais da Graça!
Então os sete sacramentos da Igreja são sete canais que o próprio Cristo instituiu para que a sua graça chegue até cada um de nós. O Batismo, a Crisma, a Eucaristia, a Confissão, a Ordem, o Matrimônio e a Unção dos Enfermos são canais que descem da Cruz do Cristo Crucificado e irrigam a Igreja com a graça de Deus.
Somos chamados a viver uma vida na Igreja, uma vida sacramental. Por isso, quando os sacramentos nos tocam, é Cristo que nos toca.
Quando a Igreja batiza, é o Cristo que batiza. Quando a Igreja crisma, é o Cristo que dá o Espírito Santo. Na Eucaristia, é o próprio Cristo presente no pão e no vinho consagrado, para remédio e sustento da nossa vida.
Quando o padre perdoa os pecados, pela confissão, é o próprio Cristo quem perdoa. Quando o padre unge um doente, é Jesus quem auxilia na luta contra a doença.
Pelo sacramento da Ordem e do Matrimônio, quando nos encaminhamos para esses estados de vida, Cristo quer estar conosco, quer nos acompanhar.
Para refletir…
Façamos nosso programa de vida estas palavras de São Paulo: “Como eleitos de Deus, consagrados e amados, revesti-vos de compaixão, bondade, humildade, mansidão, paciência. Reine em vossos corações a paz de Cristo, para a qual também fostes chamados a fim de formar um só corpo. E sede agradecidos. Que a palavra de Cristo habite em vós com abundância. Movidos pela graça, cantai a Deus, em vossos corações, com salmos, hinos e cânticos inspirados pelo Espírito. E tudo o que disserdes ou fizerdes, que seja sempre no nome do Senhor Jesus, por ele dando graças a Deus Pai” (Cl 3,12s).
Texto: Pe. Alisson Marlon – Assessor da Liturgia
Referências: Bíblia de Jerusalém; Catecismo da Igreja Católica.