No dia 6 de março, a Diocese de União da Vitória celebrou 38 anos de sua instalação. Também Dom Walter Michael Ebejer, hoje bispo emérito, fez 38 anos de episcopado, dos quais, 30 servindo como bispo diocesano, sendo ele o primeiro bispo da Diocese.
Em 2007, a Diocese de União da Vitória ganhou seu segundo bispo, Dom João Bosco Barbosa de Sousa, que a dirigiu por 7 anos, sendo em 2014 nomeado e transferido para a Diocese de Osasco – SP.
Atualmente a Diocese de União da Vitória está sendo administrada pelo seu Administrador Diocesano, Pe. José Levi Godoy, aguardando assim, a chegada de seu próximo pastor, que dará continuidade à caminhada da Igreja Particular de União da Vitória construindo junto a história da Diocese, iniciada com Dom Walter, no ano de 1977.
Depoimento de Dom Walter para a Rádio Educadora AM:
No dia 6 de março, dia em que a Diocese de União da Vitória completou 38 anos de sua instalação, e junto com ela, Dom Walter comemorava 38 anos de episcopado, a Rádio Educadora AM, de União da Vitória, emissora da Diocese, abriu os microfones para Dom Walter, agora bispo emérito (aposentado), falar um pouco de sua vivência.
Estando em um almoço na casa paroquial da Igreja Nossa Senhora do Rocio, em União da Vitória, por telefone Dom Walter falou com o repórter Antonio Godoi, no Jornal da Educadora, que vai ao ar, de segunda a sábado, às 12h20.
Em seu depoimento, primeiramente Dom Walter agradeceu a Deus pelos seus longos anos de vida que está levando. “Nunca imaginei viver tanto. Já pelos sessenta anos pensava que o Senhor iria me chamar logo, mas estou aqui sempre esperando a hora que Ele me chamar. Tenho que obedecer, estou de passagem”, disse o bispo com humor.
Além da vida longa, Dom Walter agradeceu a Deus por ainda poder contribuir com trabalhos para a Diocese que dirigiu por 30 anos. Além de escrever livros e pregar retiros, Dom Walter dá aulas no seminário que fundou, que tem cursos de filosofia, teologia e o propedêutico (aulas de língua estrangeira e disciplinas auxiliares no reforço do Ensino Médio). “Cheguei agora a pouco do seminário onde estava dando aulas para o curso de teologia. É motivo de grande alegria e gratidão, de não só viver por viver, mas, por estar na ativa, caminhando no campo do Senhor. Faço o que posso, isso é importante. E ainda tenho muitos outros trabalhos em casa”, comentou ele.
Segundo Dom Walter, mesmo como bispo emérito ele teve oportunidades para sair da cidade e ir para Curitiba e São Paulo fazer outros trabalhos, mas, desejou ficar aqui, pela afeição que tem à diocese. “Fiquei em União da Vitória e Porto União, por que gosto daqui, tenho uma afeição a este lugar, pois, fundei esta diocese. Gosto do povo, do clima, tenho a oportunidade de animar os mais jovens e também colocar minha experiência a serviço dos bispos que vierem”, afirmou.
Sobre o futuro da diocese, atualmente na administração do padre José Levi Godoy, administrador diocesano, o bispo emérito diz que reza todos os dias para que o novo pastor possa corresponder aos anseios de nossa realidade. “Estou rezando pelo novo bispo que vier, rezando diariamente para o Espirito Santo mandar alguém de acordo com nossas necessidades. E venha quem vier, eu estarei aqui a disposição para contribuir naquilo que puder. Deus é o meu grande amor, e amando a Igreja se está amando também à Jesus”, declarou Dom Walter.
Ao final de seu depoimento, o bispo deixou um recado para todas as famílias pedindo que eduquem os filhos na fé e que sejam testemunhas da mensagem de Jesus. “Quero dizer às famílias, que é importante colocar nos filhos a imagem viva de Jesus, não somente que foi um personagem histórico, mas, alguém vivo, e que está na Igreja. Cada um de nós é a Igreja, devemos divulgar e implantar na terra os valores do Reino”, destacou.
Ao final, Dom Walter agradeceu à Rádio Educadora pelo espaço sempre dado a ele na divulgação da Palavra de Deus e, encerrou sua participação dando a bênção à todos os diocesanos e radiouvintes.
Breve Histórico da Diocese:
A Diocese de União da Vitória foi criada pela Bula Pontifícia Qui Divino Consilio, do Papa Paulo VI, no dia 3 de dezembro de 1976. Foi territorialmente composta de áreas tiradas da Diocese de Ponta Grossa, da Arquidiocese de Curitiba e da Diocese de Guarapuava, composta de onze municípios do sul do Paraná, com uma população de talvez menos de 200.000 habitantes. Os municípios de General Carneiro e Bituruna, tirados da Diocese de Palmas, foram anexados a União da Vitória só em 9 de fevereiro de 1984, com o Decreto da Congregação para os Bispos “De mutatione finium”. Isto fez com que a nova configuração territorial, agora com mais de 10.000 Km², colocasse a diocese no nono lugar, territorialmente, entre as dezessete dioceses paranaenses do Rito Latino.
No momento de sua instalação, 06 de março de 1977, a diocese tinha menos de 8.000 Km², com onze municípios, doze paróquias (sendo quatro no perímetro urbano de União da Vitória, com oito padres) e um total de 18 padres, sendo 4 seculares e 14 religiosos, com 4 municípios sem padres, mais 40 religiosas de várias congregações.
No dia 6 de março de 1977, no Estádio Ferroviário, assume o primeiro bispo, Dom Walter Michael Ebejer, numa cerimônia que contou com a participação de mais de 14 bispos do Paraná e de Santa Catarina e do Núncio Apostólico Dom Cármine Rocco.
Após a sagração episcopal de Dom Walter Michael Ebejer, O.P., foi oficialmente instalada a Diocese, e dando a nova Cátedra simbólica da diocese ao seu pastor, que desde então declarou que iria se concentrar na formação de líderes leigos e de novos sacerdotes.
Dedicou-se a partir daí visitando assiduamente o interior e suas comunidades/capelas, expondo as diretrizes pastorais, incentivando o espírito comunitário, a implementação do Culto Dominical, a formação de Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística (MECEs). Entre outros projetos, ampliou a Rádio Educadora, emissora da Diocese, iniciou o Boletim Diocesano “Estrela Matutina”, hoje com 12.000 exemplares, reforçou a catequese e as associações religiosas. Destacou também seu trabalho, uma campanha em cada capela, de mentalização contra o Êxodo Rural, que estava ameaçando os pequenos agricultores e esvaziando o interior, e a adoção de modernos sistemas de agricultura. Também dedicou tempo dirigindo pessoalmente inúmeros cursos de formação para leigos. Foi reitor do seminário maior e, até hoje, é professor de filosofia e teologia.
Em fevereiro de 1984 foi inaugurado o primeiro bloco de quatro andares do Seminário Diocesano Rainha das Missões, para os alunos do seminário menor e do Propedêutico, inaugurando o Curso Institucional de Filosofia em 28 de janeiro de 1985, e o de Teologia em 22 de fevereiro de 1987. Em seguida, abriu as portas do seminário para religiosos locais e seminaristas de dioceses do centro e do nordeste do Brasil, formando bom número de padres para essas dioceses.
A diocese ordenou os primeiros diáconos permanentes em 1982, formados na Escola de Formação Permanente durante cinco anos; União da Vitória foi a segunda diocese do Paraná a estabelecer o diaconato permanente.
Muito trabalho entre as comunidades agrícolas pelo Bispo e os padres, na formação dos primeiros sindicatos rurais da região e de uma pastoral Rural dinâmica e juvenil. A diocese organizou enorme rede de socorro e de cozinhas comunitárias durante as desastrosas enchentes de 1983, e uma campanha de distribuição de móveis (camas, colchões, guarda-roupas, mesas, etc.) a milhares de pessoas, financiada por benfeitores brasileiros, firmas internacionais, dioceses (inclusive a Santa Sé), a Cáritas Brasileira, a LBA, e outros, conseguindo construir dezenas de casas de material para os desabrigados.
Atualmente a diocese tem mais de quarenta sacerdotes, entre eles 27 do clero secular, 13 diáconos permanentes e outros candidatos a serem ordenados e, em torno de 40 religiosas. As paróquias são 25, com mais de 400 comunidades.
Pe. Marcelo
fmslara@yahoo.com.br