A Missa do Crisma, ou também chamada ‘Missa da Unidade’, é tradicionalmente celebrada na quinta-feira da Semana Santa, ou por motivos pastorais convenientes, na quarta-feira da Semana Santa. Neste ano, na Diocese de União da Vitória, tendo em vista o contexto da Pandemia que no início do ano, com a situação ainda mais grave pela falta de muitos não estarem imunizados com a vacina da Covid-19, se decidiu realizar a celebração no mês de julho.
A celebração se deu no dia 22 de julho, na igreja Catedral, que contou com todos os padres da Diocese, alguns diáconos permanentes e transitórios. Também um número expressivo de fiéis acompanhou a celebração presencialmente, e outros, pelas redes sociais da igreja Catedral.
A celebração tem dois momentos específicos. Um deles é A Bênção dos Óleos do Batismo, do Crisma, e dos Enfermos, que são usados durantes todo o ano na administração dos Sacramentos pelo Bispo, padres e diáconos. A missa leva o nome de Missa do Crisma, em referência à um dos Óleos que é consagrado.
Um segundo momento é a Renovação das Promessas Sacerdotais que os padres realizam na celebração. Esta renovação está ligada ao compromisso do padre, assumido no dia de sua ordenação, de ser no mundo “outro Cristo”, imitando o Cristo Jesus, o qual sendo Filho de Deus é o Sumo e Eterno Sacerdote. Nesta referência está ligada o nome da Missa da Unidade, estando o padre ligado ao Cristo em sua consagração, e ao mesmo tempo, unido neste Ministério junto ao bispo da Diocese e aos demais presbíteros, que celebram a unidade no Presbitério de uma Igreja Particular.
“Missa da Unidade, em torno daquilo que o Senhor quis para a Sua Igreja. Meus irmãos, que possamos viver essa missa com muita intensidade. Já é grande nossa alegria de estarmos juntos depois de tanto tempo. A diminuição da Pandemia nos permite um pouco mais, mas ainda precisamos nos cuidar. Antes de cantarmos o Ato Penitencial, os convido a nos inclinarmos diante do Senhor. Seu Mistério nos convida à santidade”, motivava dom Walter Jorge, no início da celebração.
Ainda se dirigindo aos padres, Dom Walter retomou o significado da Celebração, ligado diretamente ao Ministério assumido por eles, e que a vida presbiteral deve ser vivida no amor, que supera os sacrifícios. “Tal Mistério brota daquela unção do Crisma, que proporciona no que foi ungido, continuar realizando em nome de Jesus, e na força do Espírito Santo a mesma Obra iniciada e Consumada por Ele na entrega amorosa de sua cruz. Tal Obra de amor não deve se dar apenas pela via do sacrifício, mas deve acontecer por meio do dom de si, pois o Senhor não deseja e não precisa de sacrifícios. Uma entrega gerada em sacrifício apenas, acaba por gerar amargura e desilusão”, lembrou o bispo.
A referência da entrega de cada sacerdote à Obra do Cristo está vinculada à doação de Jesus na cruz, anunciada na Última Ceia, quando ceou com os Apóstolos. Por esse motivo, a Missa do Crisma tradicionalmente acontece na Quinta-feira Santa, dia em que Jesus institui o Sacerdócio e a Eucaristia, Sacramento no qual Cristo se doa à humanidade no Pão e no Vinho Consagrado.
Fazendo uma reflexão também ao contexto da Pandemia, quando muitos na sociedade, insistem em desprezar a importância do aspecto espiritual, Dom Walter Jorge exortou e lembrou aos padres que o Ministério de cada um mostra ao mundo a importância da fé, dizendo que nem todo o aparato apenas humano dá conta de satisfazer e trazer a Salvação à humanidade, mas sim a vida em Deus.
“Podemos contar com a ajuda advinda dos recursos humanos, mas não são suficientes. E ainda que alguns alargadores de um caos inevitável venham a afirmar que a resposta não se encontra no âmbito da espiritualidade, nós ousamos afirmar o contrário. O recurso para sairmos vitoriosos no combate que hoje nos é proposto se encontra na mesma fonte de outrora, que fez os homens e mulheres de Deus, vitoriosos. A resposta está na unção espiritual que nos dá o Espírito do Senhor, unção com o Óleo da alegria recebida no Batismo e na Crisma. Para os ordenados, recebido no dia da Ordenação. Unção interior também que se encontra nos Sacramentos da Igreja”, exortou o bispo aos padres e a todo o povo.
Seguida a celebração, foi realizada a Bênção dos Óleos e a consagração do Óleo do Crisma, que recebe a mistura de um bálsamo (perfume), e a Renovação das promessas feitas pelos padres, respondida ao bispo diocesano.
Ao final da missa, cada sacerdote recebeu o Kit dos vidrinhos com cada Santo Óleo, preparado pela Equipe da Cúria Diocesana e seminaristas, para poder até o próximo ano administrar os Sacramentos em sua paróquia. Um café no salão da Catedral, respeitando as regras de distanciamento, uso do álcool em gel e máscaras, ofereceu ao clero a possibilidade de um reencontro presencial, confraternizando também a unidade presbiteral.
Setor de Comunicação
Diocese de União da Vitória – PR
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