SAÚDE MENTAL EM TEMPOS DE PANDEMIA:QUE LUGAR TEMOS DADO ÀS NOSSAS EMOÇÕES
Por, Geovana Salete Cordeiro kujiv – Psicóloga.
Há um ano quando surgiam dos primeiros casos da Covid 19 – o mundo anunciava o início de uma pandemia. Com a pandemia a sociedade passou a manifestar angustias das formas mais distintas possíveis: da negação à histeria. Muitos experimentaram a doença de perto, outros, convivem com a perda de um ente querido. Indagamo-nos então, sobre como será possível preservar a saúde mental em meio a tudo isso? Ou ainda, como mantermos nossa saúde mental frente a recuperação após um quadro da doença ou após o enfrentamento de luto?
Compreende-se por Saúde Mental a forma com que cada pessoa reage às situações estressantes, desafios e mudança que ocorrem durante a vida. Vivenciamos diariamente muitas emoções: raiva, tristeza, alegria, frustração, satisfação, entre outras e a forma como lidamos com essas emoções reflete no que se entende por qualidade em saúde mental.
Falar em saúde mental implica em autoconhecimento. Você já pensou como você tem cuidado de sua saúde mental?
Não se deve negligenciar ou menosprezar o que se sente. Sentir e expressar a alegria, satisfação, nostalgia é algo mais aceitável – diferente da raiva, do medo, da frustração. Contudo é aceitando nossas emoções negativas que poderemos então administrá-las. Aceitar sem julgar, para então equilibrar.
Existem algumas crenças limitantes que podem estar acompanhando ao longo de sua vida. Exemplo: “em minha família, ninguém tem um relacionamento duradouro”, ou então “sou uma pessoa que nunca tive sorte”. Essas são crenças que muitas vezes nos foram repassadas e como uma herança nós a aceitamos. Contudo, quando identificamos de forma consciente essas crenças podemos então quebrá-las.
São nas crises, nos momentos mais difíceis que conhecemos nosso melhor. Parece duro, porém, quando tudo está bem, nada muda, apenas se mantém. Com as emoções, ocorre da mesma forma. A pessoa se reconhece corajosa, ou humilde, quando ela precisou superar situações de perigo e de humilhação.
Priorize o que é importante para você e as organize através de uma rotina agradável. Você pode estar lendo e reagindo da seguinte forma: “mas rotina? eu odeio!”, sim… rotina! Eu também não gostava, mas com a pandemia descobri que ela pode ser tudo o que você precisa para manter bons hábitos e ter ganhos a partir de pequenas ações realizadas diariamente.
Tomemos como exemplo a) a realização de um diário espiritual por 10 minutos diários para fortalecer sua saúde espiritual, ou ainda, b) 20 minutos diários de atividade física, que aumenta a produção e a liberação de neurotransmissores e a regulação de funções como memória, aprendizagem, emoções, sede, sono, fome, bem-estar, ansiedade e humor, ajuda a equilibrar o peso e assim fortalecerá sua saúde física e mental; Ainda outro exemplo é c) privilegiar momentos em família para atividades conjuntas: jogar; fazer o jantar em família; conversar com alguém que está longe; mandar mensagens a familiares, fortalecerá laços de amizade e gerará sentimentos bons como a gratidão.
Ninguém é a ansiedade, por isso: “eu sou ansioso” não pode ser tomado como verdade: a pessoa está ansiosa. Identifique o que causa a ansiedade, ou o estresse, ou a angustia em você. Trabalhe com bons hábitos (alimentação saudável, pensamentos positivos), terapia, exercícios, para que esses sintomas se equilibrem.
O ponto central da saúde mental é o equilíbrio. Se você se identificar fora desse ponto de equilíbrio não se frustre é assim mesmo, somos seres em movimento, então, esse não será seu fim basta apenas buscar reequilibrar-se.
Texto de: Geovana Salete Cordeiro kujiv
Psicóloga CRP 08/19042
Terapeuta Familiar Sistêmica com foco no individuo, casal e família.
Imagem Destaque: Site Pixabay.