Por, Welinton Luiz Giovanoni
Não é nenhuma novidade que a pandemia que assola o mundo, forçou modificações em praticamente todas as estruturas sociais. A Igreja Católica não passou ilesa por esta situação, mas ao contrário do que muitos pessimistas previam, ela não encolheu, pelo contrário, buscou novas maneiras de levar a Boa Nova a todos, e ao fazer isso, percebeu em seus membros, a força do Espírito Santo, para de formas não convencionais, continuar a missão.
E nós catequistas das mais distantes comunidades desta Diocese de União da Vitória, onde nos enquadramos na história?
Uma História:
Em 2017, o Papa Francisco, ao falar sobre os catequistas, lembrou de um diálogo de São Francisco de Assis com um frade que desejava ser pregador, e pedindo o conselho do santo, ouviu o seguinte: “Quando visitamos os enfermos, ajudamos as crianças e damos de comer aos pobres já estamos pregando”. Assim, refletindo sobre nossa condição atual, e considerando o fato de nossa Igreja ser uma instituição atemporal, tenhamos o seguinte em mente: os frutos de nossa missão não está restrito apenas ao tempo cronológico.
Como catequisar?
Mas como posso continuar a catequese, se o que se recomenda é o distanciamento social, se diante do grande risco de contágio, sequer existe uma previsão confiável sobre a vacina? Se na comunidade em que vivo não existe estrutura para ter contato remoto com os catequizandos, ou ainda, se não domino as ferramentas necessárias para fazê-lo?
Tomemos a frase do Poverello de Assis, repetida pelo Santo Padre, nos exortando a viver nossa vocação de catequista na atribulação do presente e pensemos, quem são os enfermos que precisamos visitar? Como ajudaremos as crianças e daremos de comer aos pobres?
Os doentes de agora não mais se queixam da lepra ou de algo parecido, mas sim da depressão e da ansiedade, e para estes, devemos colocar à disposição, nossas palavras de conforto e ânimo, para que não desistam do dom da vida e encontrem a paz. Estes doentes as vezes estão em nossa família, em nossos empregos ou na vizinhança. As crianças, agora, distantes, sofrem mais com a situação do que os adultos, pois ainda não possuem estrutura emocional suficiente para lidar com o stress da alteração de rotina, mas como são crianças, e a pureza do amor divino se manifesta nelas, devemos ter sempre um sorriso para oferta-las, pois são contagiadas por aquilo que oferecemos a elas.
E os pobres, como iremos alimentá-los? Além das boas obras católicas, as quais podemos direcionar ajuda material e oração, lembremos de alimentar o espírito daqueles que nos cercam no dia a dia, praticando nossa vocação de catequista com bons conselhos, elogios, exercitando a humildade e promovendo a gratidão por tudo que Deus nos dá.
Práticas simples:
Também ajudaremos a alimentar os pobres, se mantivermos o local onde o pão da vida se encontra, a Igreja. Nesta época de pandemia, devemos direcionar nossos esforços para as necessidades de nossas matrizes e capelas. Tomando sempre os devidos cuidados, podemos catequizar ajudando na limpeza dos pátios e prédios, auxiliando na organização das missas, garantindo a beleza e execução dos ritos, mesmo diante de todas as precauções que devem ser adotadas. Podemos catequizar pelas nossas redes sociais, promovendo mídias católicas, divulgando orações domésticas, estimulando as famílias pelo exemplo, publicando conteúdos que ofereçam conforto e esperança a quem lê e abrindo espaço para conversas que busquem a santidade.
A Evangelização não parou:
Catequistas, podemos e devemos catequizar, como sempre fizemos, só que agora, de um outro jeito, exercitando nossa criatividade cristã, alegres pela missão que nos foi dada! Atentemo-nos também as orientações da equipe diocesana da catequese e aproximemo-nos mais de nossos irmãos da Pascom, pois o trabalho em equipe, em prol do Reino, garantirá sem dúvida alguma, a coroação de mais um triunfo da Igreja, com as bênçãos do Pai, em face de um mundo caótico. Perseveremos!
Texto: Welinton
Catequista e Pascom
Par. São Joaquim e Senhora Sant’Ana
Paulo Frontin – PR