Liturgia da Palavra – 2º Domingo do Tempo Comum
1a Leitura – 1 Samuel 3,3-10.19
Salmo – 39/40
2a Leitura – 1 Coríntios 6,13-15.17-20
Evangelho – João 1,35-42
Aleluia, aleluia, aleluia.
Encontramos o Messias, Jesus Cristo, de graça e verdade ele é pleno; de sua imensa riqueza graças, sem fim, recebemos (Jo 1,41.17).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
1 35 No dia seguinte, estava lá João outra vez com dois dos seus discípulos.
36 E, avistando Jesus que ia passando, disse: “Eis o Cordeiro de Deus”.
37 Os dois discípulos ouviram-no falar e seguiram Jesus.
38 Voltando-se Jesus e vendo que o seguiam, perguntou-lhes: “Que procurais?” Disseram-lhe: “Rabi (que quer dizer Mestre), onde moras?”
39 Vinde e vede, respondeu-lhes ele. Foram aonde ele morava e ficaram com ele aquele dia. Era cerca da hora décima.
40 André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que tinham ouvido João e que o tinham seguido.
41 Foi ele então logo à procura de seu irmão e disse-lhe: “Achamos o Messias (que quer dizer o Cristo)”.
42 Levou-o a Jesus, e Jesus, fixando nele o olhar, disse: “Tu és Simão, filho de João; serás chamado Cefas (que quer dizer pedra)”.
Palavra da Salvação
REFLEXÃO
A palavra de Deus é sempre criadora de vida, se a acolhermos com humildade, como tão bem nos mostram os textos da celebração de hoje.
Neles vemos como Deus se preocupa connosco e em nosso auxílio, fiel à Sua aliança para nos conduzir de modo a descobrirmos o sentido da nossa vida, a nossa vocação, qualquer que ela seja. Todos temos uma missão na vida, pequena ou grande aos olhos do mundo, mas sempre grande aos olhos de Deus, se a vivermos com amor. Como pais ou filhos de família, como estudantes ou professores, como empregados ou patrões, como catequistas, religiosos ou sacerdotes, todos somos chamados a dar uma resposta a Deus, consciente e livre, dentro do caminho que Ele nos traçou, dando assim o nosso contributo para a construção do Reino de Deus já neste mundo.
O episódio de Samuel presta-se a reflexões importantes sobre este tema. Passado muitos séculos antes de Cristo, encerra uma verdade que ainda hoje se aplica.
Devemos pensar, primeiro, que Deus está sempre pronto a revelar-nos o que quer de nós, se tivermos a disposição sincera de O querer ouvir. Se Deus não nos fala de viva voz, como falou a Samuel, é porque temos ao nosso dispor outras “vozes” que nos transmitem a Sua vontade. É por vezes necessário recorrer a quem nos ajude a discernir a vontade de Deus. Disso nos deu exemplo o pequeno Samuel, quando se dirigiu a Heli e aceitou o seu conselho. Geralmente quem está de fora vê melhor do que nós, e é agradável a Deus a humildade com que nos dirigimos a outras pessoas para pedirmos conselho. As palavras recomendadas a Samuel “alai Senhor, que o vosso servo escuta” ditas com docilidade e amor, deviam andar sempre nos nossos lábios. Representam uma atitude de submissão à vontade de Deus, que devia ser sempre a nossa. Não basta dize-las num momento decisivo da vida; mas sempre, todos os dias, pois é todos os dias que temos de responder ao Senhor.
Evidentemente também é necessário estarmos atentos para ouvirmos o que Deus quer dizer-nos. E Deus fala-nos de tanta maneiras: através dos Seus representantes na Igreja ou na família, na escola, no trabalho, portanto através de outras pessoas, como aconteceu com Samuel; através da Sagrada Escritura especialmente dos Evangelhos que tão bem devíamos conhecer; através dos acontecimentos, das nossas tendências naturais, etc, etc. mas para O ouvirmos, é preciso que não haja em nós barulho, que não haja tumultos no nosso espírito.
Foi no silêncio da noite que Deus falou a Samuel, em horas de sossego e de paz… quer dizer, só um espírito tranquilo e calmo pode aperceber-se com limpidez das inspirações divinas. Se andarmos atordoados e atarefados com muitas coisas, não podemos ouvir a voz de Deus, que passará em vão. Não acontece isso muitas vezes connosco.