Por, Paulo Eduardo de Oliveira. paulo.eduardo.oliveira@hotmail.com
O parágrafo 12 da Exortação Familiaris Consortio, de São João Paulo II, faz uma bela reflexão sobre o matrimônio como expressão e sinal da comunhão de amor entre Deus e a humanidade. Deus ama seu povo como um esposo ama a sua esposa: “A comunhão de amor entre Deus e os homens, conteúdo fundamental da Revelação e da experiência de fé de Israel, encontra uma sua significativa expressão na aliança nupcial, que se instaura entre o homem e a mulher” (Exortação Familiaris Consortio, n. 12).
Haveria outra forma mais clara de expressar o amor de Deus pela humanidade? A comunhão de amor que Deus quer estabelecer com os homens só pode ser compreendida na profundidade do amor que une o homem e a mulher e faz deles uma só carne. Eis a beleza da união nupcial, que se assemelha ao modo como Deus se une ao seu povo, numa aliança de amor. E assim continua o Papa João Paulo II: “É por isto que a palavra central da Revelação, ‘Deus ama o seu povo’, é também pronunciada através das palavras vivas e concretas com que o homem e a mulher se declaram o seu amor conjugal” (Exortação Familiaris Consortio, n. 12).
O vínculo de amor entre homem e mulher “torna-se a imagem e o símbolo da Aliança que une Deus e o seu povo” (Exortação Familiaris Consortio, n. 12). O povo de Deus, representado pelo povo de Israel, é símbolo de toda a humanidade que Deus quer resgatar. Na Bíblia, encontramos diversas passagens em que o amor de Deus pela humanidade, assemelhado ao amor entre os casais, se manifesta, como podemos ver nestes trechos:
- Na profecia de Oséias, assim podemos ler as palavras que Deus dirige ao seu povo, com quem promete fazer uma aliança de amor: “Eu me casarei com você para sempre, me casarei com você na justiça e no direito, no amor e na ternura. Eu me casarei com você na fidelidade e você conhecerá Javé” (Os 2,21-22).
- No livro do profeta Jeremias, vemos como a Palavra de Deus compara o povo de Israel a uma esposa que se prostituiu: “Você viu o que fez Israel, essa rebelde? Ela andou por todos os altos montes e se prostituiu à sombra de toda árvore frondosa. Eu pensava que ela, depois de ter feito tudo isso, voltaria para mim. Mas não voltou” (Jr 3,6-7).
- Em Isaías está assim escrito: “Porque o seu marido é o seu criador: o nome dele é Javé dos exércitos. Quem redime você é o Santo de Israel; ele é chamado o Deus de toda a terra. Javé chama você como a esposa abandonada e abatida, como a esposa da juventude” (Is 54,5-6).
Como mostra o Papa João Paulo II, a realidade do pecado também é compreendida como rompimento da relação de amor entre os esposo: “E o mesmo pecado, que pode ferir o pacto conjugal, torna-se imagem da infidelidade do povo para com o seu Deus: a idolatria é prostituição (Ez 16,25), a infidelidade é adultério, a desobediência à lei é abandono do amor nupcial para com o Senhor” (Exortação Familiaris Consortio, n. 12).
Porém, Deus ama seu povo com amor eterno e sua misericórdia não tem medidas. O mesmo Papa João Paulo II, na Encíclica Dives in Misericordia, refletiu sobre a imensidão do amor de Deus, que é rico em misericórdia. Portanto, nem mesmo a traição do povo faz com que Deus o abandone: “Mas a infidelidade de Israel não destrói a fidelidade eterna do Senhor e, portanto, o amor sempre fiel de Deus põe-se como exemplar das relações do amor fiel que devem existir entre os esposos” (Exortação Familiaris Consortio, n. 12).
Ainda na profecia de Oséias, podemos perceber que a infidelidade de Israel não faz com que Deus vire as costas para sempre ao seu povo. O povo de Israel tem consciência de que pode voltar-se para Deus, como podemos ler nesta passagem:
- “Venham, voltemos a Javé: ele nos despedaçou, mas ele nos vai curar; ele nos feriu, mas ele vai atar nossa ferida. Em dois dias ele nos fará reviver, e no terceiro dia no fará levantar, e passaremos a viver na sua presença. Esforcemo-nos para conhecer a Javé; sua chegada é certa como a aurora, ele virá a nós como a chuva, como o aguaceiro que ensopa a terra” (Os 3,1-3).
Oxalá estas reflexões ajudem as famílias a viver o amor de forma ainda mais intensa e consciente. E que marido e mulher possam fazer do seu amor conjugal uma expressão clara e viva do amor de Deus pela humanidade.
Ainda na profecia de Oséias, podemos perceber que a infidelidade de Israel não faz com que Deus vire as costas para sempre ao seu povo. O povo de Israel tem consciência de que pode voltar-se para Deus, como podemos ler nesta passagem:
- “Venham, voltemos a Javé: ele nos despedaçou, mas ele nos vai curar; ele nos feriu, mas ele vai atar nossa ferida. Em dois dias ele nos fará reviver, e no terceiro dia no fará levantar, e passaremos a viver na sua presença. Esforcemo-nos para conhecer a Javé; sua chegada é certa como a aurora, ele virá a nós como a chuva, como o aguaceiro que ensopa a terra” (Os 3,1-3).
Oxalá estas reflexões ajudem as famílias a viver o amor de forma ainda mais intensa e consciente. E que marido e mulher possam fazer do seu amor conjugal uma expressão clara e viva do amor de Deus pela humanidade.