Letra:
Como te sentes, folha caída, carregada no colo do vento?
Sentes saudades da tua árvore ou aprecias este momento?
Agora que vistes o mundo,
Queres voltar ao teu lar?
Ou a estrada entrou em tua seiva
E preferes continuar?
Como te sentes, folha caída, carregada no colo do vento?
Sentes saudades da tua árvore ou aprecias este momento?
Como é o mundo visto de baixo?
Como é a sensação de liberdade?
Atravessaste o Rubicão,
Queimaste a ponte da comodidade
Como te sentes, folha caída, carregada no colo do vento?
Sentes saudades da tua árvore ou aprecias este momento?
Não sei qual será o teu futuro,
Mas desejo que corra tudo bem
Eu também sou uma folha,
Um dia vou cair também
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Óculos
Compus esta canção, quando, logo ao sair de casa, vi muitas folhas caídas e outras que estavam caindo naquele momento, por causa do vento.
A canção é uma espécie de entrevista com elas, fazendo 6 perguntas. Terminadas as perguntas, a letra menciona um acontecimento histórico, a travessia do Rubicão, feita por Júlio César no ano 49 a.C., quando tinha que escolher entre se submeter às ordens do Senado ou tentar conquistar o poder. Ele tentou e conseguiu. Por fim, a canção termina com um sentimento de solidariedade (“desejo que corra tudo bem”) e identificação (“eu também sou uma folha”). As respostas não são dadas, porque quem deve fazer isso é o ouvinte que se identifica com essa situação.
Pontes:
A imagem da folha caída é, ao mesmo tempo, um símbolo de perda e de liberdade. A segurança da árvore se foi, mas, por outro lado, um novo mundo se descortina, desafios, possibilidades antes impossíveis. Isso nos faz pensar nas pessoas que saem pela primeira vez da casa dos pais, especialmente quando mudam de cidade ou até de país, bem como de pessoas que terminam um relacionamento ou saem de um emprego onde estavam há muito tempo, enfim, todos os que, como se costuma dizer hoje, saem de sua “zona de conforto”.
Nem sempre essa é a decisão certa. Às vezes confundimos sonhos com delírios, e colocamos uma máscara de coragem sobre a velha falta de juízo. Outras vezes, porém, é isso que precisa ser feito. Como saber o que fazer? Não há resposta pronta, é preciso discernimento. Por isso, a canção não diz o que a folha deve fazer, apenas ajuda-a a refletir, por meio das perguntas e considerações. O exemplo de Júlio César mostra que a História, assim como a Natureza, nos ajuda no processo de discernimento, ampliando nossa percepção da vida.
Escadas:
Peçamos ao Senhor todo-poderoso, por todas as pessoas que estão em momentos de dúvida, sem saber que caminho tomar. Que Jesus Cristo, Luz do Mundo, ilumine suas mentes e lhes ajude a perceber a decisão certa, bem como a força para realizá-la. Que nenhuma folha caia de sua árvore senão pelo sopro do Espírito Santo, que a guiará pelos caminhos que conduzem à felicidade. Agradeçamos ao Senhor por todas as pessoas que, quando estávamos passando por momentos assim, nos ajudaram no processo de discernimento. Amém.
Ouça a Canção: