Congregação ‘Franciscanos Servos Missionários do Espírito Santo’ vivem seu
carisma na doação aos mais fragilizados.
Passado um ano da morte do Frei Pedrinho.
Após um ano da morte do padre Frei Pedro Paulino da Silva, mais conhecido como Frei Pedrinho, as Instituições ‘Associação Casa de Apoio Restauração Divina’ ACARDI I – Abrigo São Francisco, e ACARDI II – Abrigo Frei Manoel), continuam com o belíssimo e valioso trabalho de assistência social e espiritual a idosos em risco social. Os trabalhos são coordenados pelos Frades Franciscanos Servos Missionários do Espírito Santo (FSMES).
Com o falecimento do Frei Pedrinho, que fez as Instituições ficarem conhecidas na região e que dedicou sua vida pelo cuidado desses idosos, a coordenação dos trabalhos foi assumida pelo padre Frei José de Jesus, 72, também membro da Congregação, mais conhecido como Frei Jesus e pelo frei Luiz Henrique da Silva, 24. Natural do estado do Mato Grosso (MT), Frei Luiz entrou para a Congregação que cuida das ACARDI, em agosto de 2012, e após a morte de Frei Pedrinho, assumiu a função de vice-diretor da Instituição.
O Público das ACARDI, e como elas sobrevivem.
Para o jovem Frei, a ACARDI I que conta hoje com 35 acolhidos que são cuidados pela Instituição está aos pouco delimitando seu público alvo no tratamento, pois as exigências para alguns casos são muitas. “Hoje temos aqui idosos, moradores de rua, três alcoólatras em fase de recuperação e alguns com certo grau de transtorno mental. Mas estamos buscando acolher somente pessoas idosas abandonadas pela família ou que nem possuem uma família constituída, pois casos de saúde mais graves exigem condições de espaço e melhor capacitação das pessoas, com profissionais especializados”, relata o frei.
A Instituição que iniciou seus trabalhos em 2001 e teve seu primeiro estatuto aprovado, em 2005, conta hoje com quatro freis e 6 seminaristas, que seguem carismas religiosos como Franciscanos, mas são de direito Diocesano, sendo a Congregação pertencente à Diocese de União da Vitória.
Com a ajuda de benfeitores que doam alimentos, materiais de higiene, trabalho voluntário e com 70% do benefício da aposentadoria dos idosos internos, a Congregação luta para manter o seu carisma assistencial ao abandonados. “A falta de recurso financeiro nos impede de darmos mais qualidade noacompanhamento com profissionais como médicos, psicólogos, enfermeiros. Mas fazemos o possível para dar a essas pessoas um lar, e cuidar o possível da sua saúde mental, do corpo e também espiritual”, diz Frei Luiz.
As duas ACARDI mantidas pela Congregação se diferenciam no público dos atendidos pelo grau de dependência que os idosos necessitam. “Já chegamos a tratar de esquizofrênicos na ACARDI I, e que hoje vivem com sua família tendo uma boa convivência, saindo do surto. Temos conosco que nosso objetivo é melhorar o trabalho que o Frei Pedrinho começou, profissionalizar. Ele foi o cartão postal dessas Casas, mas com sua morte sentimos que as contribuições e doações diminuíram em muito”, comenta o vice-diretor lamentando.
Os idosos que são acolhidos na ACARDI I além de receberem atenção e cuidados, são também colocados em algumas atividades para seu desenvolvimento, comenta o Frei. “Os acolhidos devem estar em constante atividades. Nas terças a tarde uma professora dá aula de artesanato, professores do CEEBJA todos os dias dão aula de alfabetização para alguns deles, a Universidade Uniguaçu traz estagiários para dar aulas de educação física, além de outras atividades internas dadas pela Instituição”, explica ele.
Lamentando o corte no repasse de verbas vindas do governo municipal, uma das alegrias comentadas pelo Frei é o trabalho dos voluntário que se dedicam pela Instituição. “Nós tínhamos um repasse da prefeitura no valor de R$ 3.000,00, mas houve mudanças nas leis quanto às Instituições e acabamos perdendo o benefício. Agora estamos nos adequando juridicamente, mas iremos receber apenas 1.800,00 que serão repartidos para as duas Casas. Graças à Deus temos pessoas que estão sempre nos apoiando. Temos as senhoras que toda terça fazem pão e doces para nossa Casa e outro grupo que à cada 15 dias fazem o macarrão caseiro”, diz.
A ACARDI II – Abrigo Frei Manoel.
No final da varanda de entrada da ACARDI II, no meio de duas filas de homens cadeirantes e outros idosos sentados no sofá, e alguns seminaristas da Congregação, padre Frei Jesus celebra a missa de Domingo, aos 15 acolhidos da segunda Casa, no Bairro São Cristóvão. Aos 72 anos de idade, Frei Jesus além de ser o pároco da paróquia São Sebastião, em União da Vitória, é o atual Diretor das duas ACARDI e superior da Congregação que mantém a Instituição.
Para Frei Jesus, um dos desafios da Instituição é a preparação para sucessores que deem continuidade aos trabalhos das ACARDI. “Nossa preocupação está também em preparar nossos seminaristas e colaboradores para manter e dar continuidade à esse trabalho”, relata ele preocupado. Ao falar das necessidades com alimentação e doações que as ACARDI necessitam, o padre diz que com a morte do Frei Pedrinho diminuiu muito as doações.
“Pudemos sentir que depois que Frei Pedro morreu, houve diminuição na ajuda para às Instituições, mas a ACARDI não morreu com o Frei Pedrinho, nós estamos aqui continuando o trabalho e as necessidades e carências continuam também”, desabafa o padre, atual diretor.
Contando também com ajuda de Instituições que doam fraudas geriátricas, alimento e materiais de higiene, a ACARDI II cuida hoje de 15 idosos com maior grau de dependência de ajuda, sendo lguns que sofreram Acidente Vascular Cerebral (AVC), que necessitam de ajuda na troca de fraudas e acompanhamento em medicamentos, e muitos deles cadeirantes.
Aos 72 ano de idade, Modesto Alves dos Santos, natural de Irineópolis – SC, está na ACARDI II – Abrigo Frei Manoel, desde 2008, quando Frei Pedrinho adquiriu o Abrigo de outros donos. Já tendo vindo de outras Casas Abrigo desde 2003, o cadeirante Modesto relata alegre sua vida no atual Abrigo. “Estou há mais de dez anos na cadeira de rodas por ter tido uma fratura na coluna e na bacia, por motivo de esforços de trabalhos, mas sou feliz vivendo aqui. Os Freis e as pessoas que nos visitam nos tratam muito bem. Gosto de tomar meu banho cedinho e no domingo esperar as visitas que vem nos ver”, relata ele sorrindo.
Testemunho de Internos e Benfeitores.
Doando parte de seu tempo para os idosos do Abrigo, o casal Demétrio e Ana Gramatyr e a senhora Rosângela Wacilikiw, membros do Movimento do Apostolado da Oração da paróquia São Basílio Magno (Rito Ucraniano), após terem conhecido o Abrigo por meio de uma campanha de ajuda, se disponibilizaram em vir alguns finais de semana para colaborar. “Criamos um grupo de sete pessoas que se revezam para no domingo virem cozinhar, ajudar na limpeza e fazer companhia para o idosos, além de fazerem massas nas terças-feiras. Quando ficamos um certo tempo sem vim, meu esposo já pergunta quando voltaremos no Abrigo”, conta Ana sorrindo. “Podemos perceber no semblante deles a alegria quando nós chegamos já de manhã no Domingo”, fala Rosângela.
Após deixar um pouco o acordeon, com o qual animava os idosos na varanda de entrada, o voluntário Demétrio dá também seu testemunho. “É uma alegria para nós poder proporcionar um dia diferente e alegre para essas pessoas. Também gostei muito do padre Frei Jesus, que com muita disposição e alegria se dedica por essa obra”, elogia seu Demétrio.
Um Convite.
Às pessoas que desejarem conhecer e ajudar ambas as Instituições, Frei Luiz lembra que além dos familiares que visitam alguns idosos, os Abrigos estão abertos para visitantes, especialmente aos Domingos.
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SERVIÇO:
ACARDI I – Abrigo São Francisco: Rodovia André Balardini s/n. Colônia Correntes – Distrito São Domingo – União da Vitória. Fone: (42) 3523 6641.
ACARDI II – Abrigo Frei Manoel: Rua Manoel Santana de Morais, 199.Bairro São Cristóvão. Fone: (42) 3524 7757.
Conta para Depósito: Banco Itaú
AG: 3861
CC: 21348-0
Associação Casa de Apoio Restauração Divina (ACARID I).
Matéria e fotos: Pe. Marcelo S. de Lara
Assessor da Pascom
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