Se para muitos estudantes o mês de dezembro é um período que gera contentamento pelas férias que se aproximam e pelas comemorações de um ano de esforços pelo conhecimento, para o um grupo de dez alunos da Escola Teológica e Pastoral São João XXIII, o primeiro de dezembro deste ano ficará marcado para sempre em suas vidas.
Após três anos de uma caminhada em busca de um melhor conhecimento da fé cristã católica, frequentando aulas de teologia toda terça e quinta, das 19h30m às 22h10m, leigos envolvidos em trabalhos nas suas paróquias receberam o Certificado de conclusão de um curso que, segundo eles melhorou em muito suas vidas.
Rogério Alves, da paróquia Nossa Senhora de Fátima, de União da Vitoria, convidado pelo seu pároco na época para fazer a Escola, diz que o estudo da teologia lhe trouxe muitas luzes. “Eu já buscava esclarecer algumas dúvidas que eu tinha sobre a fé e a Igreja, antes de fazer o curso, e quando entrei, o estudo da teologia foi me ajudando. É claro que surgiu mais dúvidas, mas isso porque o conhecimento aumentou”, comentou entusiasmado.
Rogério declara espantado o quanto passou rápido os três anos, mas que teve momentos em que a tentação em desistir também bateu. “Confesso que passou rápido esse tempo e foi graças a minha família que consegui perseverar. A correria do dia a dia com trabalho e estudo a noite não é tão fácil”, testemunhou o formando.
Próxima à porta da Igreja, junto com os nove colegas de classe, aguardando o momento de entrar em procissão para a missa de Ação de Graças da formatura, Ivonete Húpalo também relatou sua caminhada como estudante de teologia. “Ouvi durante uns três anos meu pároco convidar para esta Escola. Quando eu vim no primeiro dia de aula vim mesmo só para ver como era, sem muito interesse em ficar, mas quando assisti as primeiras aulas vi que meu lugar era ali e que eu iria aprender muito”, relata Ivonete sorrindo.
Hoje ajudando na liturgia na paróquia São Pedro e São Paulo, em Porto União – SC, Ivonete destaca que a teologia lhe ajudou muito na vida pessoal. “Lembro um pouquinho de cada professor, alguns com conteúdos mais pesados um pouco, mas pude conservar muita coisa para a minha vida pessoal. Aprendi por exemplo o quanto devemos entender o outro, suportar o outro no bom sentido como fala São Paulo em suas Cartas, e isso levo para sempre em minha vida. Fazer teologia não é ser mais que os outros, mas exige de nós mais responsabilidade” destacou ela.
Ao canto da procissão de entrada da missa, que aconteceu na Igreja Nossa Senhora da Boa Morte, Capela do Seminário Diocesano, em União da Vitória – PR, os dez leigos formandos caminhavam rumo aos primeiros bancos à eles reservados. Em seguida, seguia a procissão com seminaristas, oito padres e o bispo diocesano, Dom Agenor Girardi. Em sua homilia, dom Agenor destacou a beleza do esforço dos formandos em buscar a sabedoria da fé. “Teologia não é só para os padres e religiosos, mais também para os leigos. Como é bonito ver um leigo evangelizando outro leigo. Faz teologia quem tem sede de Deus, sede da sabedoria do alto”, afirmou o bispo.
Em sintonia com a leitura do Evangelho onde Jesus falava de multiplicar os talentos que recebemos, dom Agenor frisou o valor dos leigos na diocese. “Nossa diocese precisa muito de vocês, e a teologia é um instrumento a mais. Coloquem os talentos à serviço, seja ele, um, cinco ou dez. Louvamos a Deus por tudo”, concluiu Dom Agenor.
O Curso de Teologia que começou em 2003, aos poucos veio tomando um corpo mais acadêmico na sua estrutura, favorecendo aos leigos um estudo mais metódico e regular. É o que comenta padre Cláudio Braciak, que está no seu último ano como diretor da Escola. “Foi Dom Walter nosso bispo emérito quem deu iniciativa a esta Escola, contando no início com a ajuda de alguns padres como padre Emílio Bortolini e padre Sidnei Reitz, que além de professores ajudaram a organizar a ementa do Curso com melhor distribuição das disciplinas. Até hoje Dom Walter tem um carinho imenso pela Escola inclusive dando algumas aulas”, explicou o padre.
Desde 2006 acompanhando a Escola como professor e agora a deixando para ir estudar em Roma, padre Claudio fala do crescimento que teve acompanhando esse trabalho. “É bonito ver o amor que os leigos têm para com a vida de fé, para com a Igreja, alguns vindo de longe, com frio e chuva. Aprendi muito mais do que ensinei”, relatou convicto o diretor.
O final da missa de formatura marcou o momento da expressão de gratidão entre formandos, diretores, professores e familiares. Recebendo certificados e entregando flores, os dez leigos festejavam aquele importante marco em suas vidas. “Em nome de nossa turma quero expressar nosso agradecimento a todos que nos ajudaram a concluir essa etapa em nossa vida, desde os professores, secretários, diretores, nossas famílias e nossos colegas. Agora somos mais do que colegas, seremos sempre amigos”, agradeceu uma das formandas, diante de todos os fiéis presentes.
Texto e fotos: Pe. Marcelo S. de Lara
Assessor da Pascom
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