É inegável: a internet encurtou as distâncias entre nós. Por sua vez, as redes sociais – verdadeiros diários on-line – filhas prodigiosas da internet, nos aproximaram de vez, não física, mas sim, virtualmente. Nos últimos tempos, com a chegada dos smartphones (verdadeiros computadores de bolso) passamos a viver permanentemente conectados. Maravilha, não é mesmo? Mas será que tudo são flores neste “admirável mundo novo”? Novas amizades, busca de novas oportunidades de conhecimento, ou até mesmo seguir a vida de seu artista favorito, se torna possível através da internet pelas redes sociais, mas com todos esses e outros benefícios é preciso tomar alguns cuidados, pois como em tudo, nas redes sociais também existem os pontos negativos.
Analisemos:
Vamos falar de algo bem óbvio: passou a ser comum caminharmos lado a lado, comermos lado a lado, sentarmos lado a lado, mas no entanto, na maior parte do tempo, estamos mergulhados no smartphone, nas redes sociais, com dedos ágeis a deslizar a tela, vendo mais uma postagem no Facebook, outra no Watsapp, etc. Parece uma droga, um vício controlável. É um fenômeno que chama a atenção. Ouvi por aí alguém dizer: “nunca estivemos tão juntos e ao mesmo tempo tão separados”. Sim, as redes sociais estão consumindo o nosso bem mais precioso. Não, não estou falando em dinheiro, refiro-me ao TEMPO. Jogos, aplicativos e entretenimento inútil, vazio e raso são abundantes em todos os meios de comunicação sociais. Se não tomarmos cuidado podemos acabar nos prendendo no buraco negro do desperdício do tempo presente.
A Constatação:
Segundo a pesquisa “Digital, Social and Mobile 2015” da We Are Social, os BRASILEIROS passam, em média, QUASE 5 HORAS nas redes sociais, diariamente. É mais tempo nas redes sociais do que na escola. Será que isso ajuda a explicar, por exemplo, o pífio rendimento escolar de inúmeros alunos? Essa desconexão com a realidade, por si só, já seria preocupante, afinal estamos deixando de viver o mundo real, as experiências formidáveis da vida, em troca da realidade virtual. A questão, porém, vai além, muito além disso.
Responsabilidade no uso da Rede:
Observem que algumas pessoas, especialmente os adolescentes, parecem ter uma personalidade on-line completamente diferente do que elas têm em casa, na escola, na vida social. Para alguns, inclusive, o universo virtual, é uma terra sem-lei – o que não é verdade, pois nossas opiniões e ações virtuais podem ter consequências bem sérias no mundo real, inclusive, consequências jurídicas. Um dos aspectos mais preocupantes observados nas redes sociais é a luta desesperada para chamar atenção, algo típico dos jovens. Vale tudo para ser notado. Vale ficar nua, vale mendigar “likes”, vale gravar cenas de sexo anônimas e divulgar, espalhar… Exagero? Pergunto: enquanto cristãos, que valores estamos permitindo que o sistema venda para os nossos jovens? Aliás, nada faz tanto sucesso nas redes sociais quanto a pornografia. Você que está lendo este texto, quantas vezes já recebeu pelo “zap-zap” vídeos eróticos naquele grupo de amigos da janta semanal? E a pergunta mais desconfortável: compartilhou o vídeo, para se sentir inserido neste devasso universo de contribuições, ou o excluiu?
A Indignação:
Há algum tempo, plagiando a ideia de um colega professor, fiz uma pesquisa no Twitter utilizado uma palavra extremamente inocente, na tentativa de descobrir usuários que apoiam a família. Fiquei chocado ao descobrir que a minha pesquisa revelou imagens pornográficas. Não finja que é difícil para você e seus filhos acharem pornografia, pois isso pode ser encontrado em qualquer rede social, intencionalmente ou não. Por fim, cabe ressaltar, entre tantos outros assuntos, que as ditas tais redes sociais afloraram de vez um dos principais aspectos da personalidade humana: aquele de se meter na vida dos outros, de colocar na lona o semelhante, usando, para tal, o expediente da difamação, da calúnia, da boataria. E se tiver uma “fotinho” para encaminhar via “zap-zap”, aí a coisa parece ficar mais interessante. As redes sociais viraram uma espécie de júri popular, onde os réus são julgados a revelia, sem direito à defesa, tal é a consistência e intensidade das acusações. Ora, e muitos, sim, muitos dos “juízes” são os mesmos que louvam a Deus diante dos altares sagrados e, revestidos da pior essência da hipocrisia, julgam, condenam e “destroem” com palavras a vida de pessoas em poucos minutos…
Refletindo:
Será que isso é liberdade de expressão? Ou, em outras palavras, isso é coisa de cristão? Eu espero que o lado negro das redes sociais não lhe desanime. Para todo o mal que existe, também há o bem em abundância. Sempre haverá uma infinidade de coisas competindo por sua atenção. Dedique seu tempo somente àquelas coisas que enriquecerão sua vida…*
Texto de: Gerson Luis Lanzarini
Professor de História- Bituruna-PR
Postagem: Pe. Marcelo S. de Lara