O QUE CONSTATAMOS?
Temos, agora, um contexto novo na conjuntura ligada a fé: vemos a crença religiosa sendo reduzida a sentimentalismos, emoções ou teorias fáceis de ser assumidas, com a manifestação da fé frágil, superficial e inconsistente. Para transmitir a fé precisamos entender “o atual contexto, no qual o processo de mudanças gera novas perspectivas antropológicas, sociais e ecológicas.” (Dom Leomar A. Brustolin). Temos que acolher e superar os desafios que vem dessa realidade, principalmente para transmitirmos a fé para crianças, jovens e adultos afastados dela.
Outro fator que nos ajuda nessa missão é escutar os sinais dos tempos. Uma das características desse fator é uma cultura dominada pelo medo da morte, devido a esse medo há uma tendência de a morte não fazer mais parte da vida, sendo considerada algo cruel, injusta e absurda. “Essa cultura pós-mortal se conjugaria bem com o termo pós-cristão, pois não teria sentido falar de salvação e ressurreição para quem não se importa nem mesmo com o morrer.” (Dom Leomar A. Brustolin).
Percebemos que a sociedade de hoje não é uma realidade que se deixa iluminar pelo Evangelho. A sociedade atual utiliza muito de dominação e manipulação, ameaçando a vida e não se interessando pela eternidade. Essa sociedade tem uma profunda crise de pertencimento comunitário, privatiza a vivência da fé, tem uma forte percepção de fundamentalismo católico aparecendo principalmente nas redes sociais.
Outra crise bem marcada da sociedade atual é o forte descaso com a Casa Comum. Nos meios de comunicações percebemos esse descaso, quando vemos notícias de pessoas colocando fogo na natureza.
COMO TRANSMITIR A FÉ NA SOCIEDADE ATUAL?
- Identificar e rever as estruturas e atividades que não mais ajudam a anunciar.
- Viver coerentemente o Evangelho.
- Uso de novas linguagens na catequese. Retornar às origens e entrar “de cabeça” numa catequese de inspiração catecumenal.
- Os catequistas precisam investir em formações para entenderem o atual que chegou também na Igreja.
- Conversão pastoral, mudando estruturas e métodos. Essa conversão precisa vir dos catequistas, dos presbíteros, dos religiosos, para depois, chegar ao povo em geral, realizando assim um discipulado missionário mais concreto.
Portanto “não há como ser cristão sem ser missionário. A comunidade cristã jamais é fechada para as diversas realidades que afetam o seu contexto.” (Dom Leomar A. Brustolin). Precisamos fazer da catequese uma relação de proximidade, encontro e diálogo que suscita uma postura: acolher o chamado de Jesus: “vinde e vede”. “Jesus é a verdade que ilumina todo ser humano que vem a este mundo. Sua Boa-nova é o amor que torna amável a vida.” (Dom Leomar Brustolin).
Para uma Leitura Orante (Jo 4,1-44).
Célio Reginaldo Calikoski
Coordenador Diocesano da Catequese