a) Revisando
Percorremos um longo e belo caminho até aqui. Falamos das várias entregas que no itinerário catequético os catequizandos vão recebendo, a fim de demarcar o progresso e aprofundamento de sua vida como discípulos de Jesus Cristo.
Começamos com a entrega da Palavra, depois a Oração do Senhor, os Mandamentos, a Ave-Maria, o Símbolo da fé, as Bem-Aventuranças e chegamos agora à entrega da Cruz.
A experiência das entregas feitas nas celebrações das Missas ou da Palavra, com a presença da família e da comunidade, faz com que esse caminho do discipulado seja de fato consistente e vincule cada vez mais os catequizandos à sua comunidade.
b) A entrega da cruz: “Tome a sua cruz e me siga”
Para coroar esse percurso é que se faz a entrega da cruz. A cruz, no rito do Sacramento do Batismo, é o primeiro sinal a ser assinalado naquele (a) que será batizado (a), manifestando com isso que é a cruz a marca distintiva dos cristãos. É com este sinal que o batizando (a) é acolhido na comunidade cristã. O Ritual de Batismo assim reza: “Nosso sinal é a cruz de Cristo. Por isso vamos marcar esta criança com o sinal do Cristo Salvador. Assim, N., nós te acolhemos na comunidade cristã”.
Jesus proclama no Evangelho: “se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mc 8,34). Assim, para ser discípulo verdadeiro de Jesus Cristo, não se pode abdicar da cruz. A cruz precisa ser entendida como sinal da salvação, e nunca como um castigo de Deus para satisfazer sua vontade de vingança diante da nossa maldade.
c) Na cruz uma lição de amor
São muitos os que apreciam o Reino de Deus pregado por Jesus, mas são poucos os que querem levar a cruz que ele mesmo levou. Muitos admiram os milagres, mas poucos abraçam a ignomínia da cruz. A cruz significa abraçar a vida toda, em todas as suas dimensões, sem nada excluir, sem nada negar. Acolher tudo como dom de salvação. Acolhemos não o sofrimento pelo sofrimento, mas a lição de amor ensinada pela cruz. A morte de Jesus na cruz, é o coroamento de uma vida toda doada aos outros.
Podemos dizer que na cruz nós encontramos o compêndio de todas as virtudes. De fato, ou nós assumimos nossa cruz de cada dia e seguimos a Jesus, ou seremos qualquer coisa menos discípulos. Sempre haveremos de encontrar uma cruz, não há como fugir dela, porque sempre acabarei me encontrando comigo mesmo. Se carregarmos a cruz com espírito de obediência e fé, ela há de nos levar e conduzir à salvação. Quanto mais medo da cruz, mais pesada ela se tornará.
d) Sem cruz não se chega no céu
O catequizando então precisa compreender que é uma honra sofrer alguma coisa pelo nome de Jesus. Nossa vida precisa tornar-se uma morte contínua, ou seja, quando mais cada um morre para si mesmo, tanto mais começa a viver para Deus. Sem cruz não se chega no céu.
Recebe pois, a Cruz de Cristo!
Pe. Sidnei Reitz
Assessor da Catequese