Tempo de surpresa!
“Passamos da alegria de acolher Jesus, que entra em Jerusalém, à tristeza de O ver condenado à morte e crucificado. É uma atitude interior que nos acompanhará ao longo da Semana Santa. O seu povo acolhe-o solenemente, mas Ele entra em Jerusalém num jumentinho. O seu povo espera celebrar a vitória sobre os romanos com a espada, mas Jesus vem celebrar a vitória de Deus com a cruz. […]
Hoje há muitos que admiram Jesus: falou bem, amou e perdoou, o seu exemplo mudou a história… Admiram-no, mas a vida deles não muda. Porque não basta admirar Jesus; é preciso segui-lo no seu caminho, deixar-se interpelar por Ele: passar da admiração à surpresa.
Qual é o aspecto do Senhor e da sua Páscoa que mais nos surpreende? Como se pode testemunhar a alegria de ter encontrado Jesus, se não nos deixamos surpreender cada dia pelo seu amor espantoso, que nos perdoa e faz recomeçar? Nesta Semana Santa, ergamos o olhar para a cruz a fim de recebermos a graça do assombro. ” (Papa Francisco)
Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor
Esta é a celebração do início da Semana da Salvação. Os ramos têm uma atitude simbólico, como sinais de vida, de esperança e de vitória. São sinais da nossa participação, como Povo de Deus, na caminhada de Jesus para a Páscoa. Eles expressam compromisso, apoio, adesão, muito mais que sentidos de efeito curativo ou de proteção, em momentos de perigo. Os ramos nos lembram o compromisso assumido de caminhar com Jesus e com os irmãos, nesta semana, e depois durante o ano todo.
Orientações litúrgicas
Para a procissão, preparar um altar com toalha branca e velas, crucifixo e ambão para o Evangelho e, durante o percurso para igreja, entoa-se cantos apropriados desse dia e conhecidos pelos fiéis. Na igreja, os ministros aguardam todos entrarem e depois continuam a procissão até o altar.
Durante a leitura da Paixão, não se usa nem incenso nem velas. Os diáconos que irão ler pedem e recebem a benção; o sacerdote não abençoa o leigo leitor principal do texto. Omitem-se a saudação ao povo e o sinal da cruz sobre o livro e sobre si. Ao fim da leitura, não se beija o livro.
Cânticos
Procissão de Ramos – Os filhos dos hebreus; Hosana Hei Hasana Ha; Hosana ao Filho de Davi; Hino a Cristo Rei;
Aclamação – Salve, ó Cristo obediente; Louvor a vós, ó Cristo;
Apresentação das oferendas – Volta o teu olhar; Senhor; Ó morte, estás vencida; A ti meu Deus.
Comunhão – Prova de amor maior não há; Eu vim para que todos tenham vida; Eu quis comer esta Ceia agora.
Final – Hino da CF 2023.
Tríduo Pascal
Começa com a Missa vespertina da Ceia do Senhor. Possui o seu centro na Vigília Pascal e encerra-se com as Vésperas do Domingo da Ressurreição. É o ponto alto do ano litúrgico, pois, celebra a Morte e a Ressurreição do Senhor.
Ceia do Senhor
O serviço: um procedimento que é condição para entrar no Reino dos Céus. O Senhor, na troca de palavras que teve com Pedro, faz-lhe compreender que, para entrar no Reino dos Céus, devemos deixar que o Senhor nos sirva, que o Servo de Deus seja nosso servo. E isto é difícil de compreender. Se não deixo que o Senhor seja o meu servo, que o Senhor me lave, me faça crescer, me perdoe, não entrarei no Reino dos Céus.
Orientações litúrgicas
A ornamentação deve ser moderada, assim, não “antecipando” a alegria da Páscoa.
Durante o Glória tocam-se os sinos da igreja. A partir de então os sinos não poderão ser tocados até o Glória da Vigília Pascal.
Não se entoa, porém, o Aleluia (omitido até a Vigília Pascal).
No lava-pés, deve-se evitar a ideia de uma encenação. Da mesma forma, não convém que as pessoas escolhidas para o Lava-pés permaneçam no presbitério desde o início da celebração, destacando assim que são “tirados” do meio da assembleia, representando todo o povo de Deus.
Não se recita a profissão de fé. A Missa prossegue, portanto, com as Preces
Se na igreja não se celebra a Ação Litúrgica da Paixão do Senhor, não se faz a procissão e a reposição do Santíssimo Sacramento.
Cânticos
Entrada – Ó Senhor, nós estamos aqui
Aclamação – Eu vos dou um novo mandamento
Lava-pés – Jesus, erguendo-se da Ceia
Apresentação das oferendas – Daqui do meu lugar; É prova de amor;
Comunhão – Eu quis comer esta Ceia agora; Na mesa sagrada;
Translado – Glória a Jesus na Hóstia Santa; Eu confio em nosso Senhor; Podes reinar; Tão sublime sacramento.
Paixão do Senhor
Jesus sobe à cruz para descer ao nosso sofrimento. Prova os nossos piores estados de ânimo: a rejeição, a traição do amigo e até o abandono de Deus. Experimenta na sua carne as nossas contradições mais dilacerantes e, assim, as redime e transforma. O seu amor aproxima-se das nossas fragilidades, chega até onde mais nos envergonhamos. Deus está conosco em cada ferida, em cada susto: nenhum mal, nenhum pecado tem a última palavra. Deus vence, mas a palma da vitória passa pelo madeiro da cruz.
Orientações litúrgicas
A cruz apresentada ao povo deve sempre ser uma só, tal como se requer a verdade do sinal. Se o número de fiéis for grande, depois da adoração dos ministros o sacerdote toma a cruz, a eleva por alguns instantes diante do altar e os fiéis a adoram em silêncio.
Toque dos sinos e os instrumentos musicais só podem ser utilizados para sustentar o canto.
Cânticos
Adoração da Cruz – Lamento do Senhor; Hino Cruz fiel;
Comunhão – Eu vim para que todos tenham vida; Prova de amor; Pão da vida;
Vigília Pascal
O Senhor vai à nossa frente. É bom saber que caminha diante de nós, que visitou a nossa vida e a nossa morte para nos preceder na Galileia, no lugar que, para Jesus e seus discípulos, lembrava a vida diária, a família, o trabalho, era também o lugar das recordações, sobretudo da primeira chamada. Lembremos sempre de sermos amados e chamados por Deus. Precisamos de retomar o caminho, lembrando-nos de que nascemos e renascemos a partir duma chamada gratuita de amor.
Cânticos
Aspersão – Banhados em Cristo; No princípio, teu Espírito; És água viva;
Apresentação das oferendas – Eu creio num mundo novo; Em procissão vão o pão e o vinho;
Comunhão – Cristo, nossa Páscoa, foi imolado; Antes da morte e ressurreição de Jesus;
Final – Porque Ele vive; Faço novas todas as coisas; Novo Sol brilhou.
Páscoa – Ressurreição do Senhor
“Não tenhais medo. Sei que buscais Jesus, o crucificado; não está aqui, pois ressuscitou” (Mt 28,5). Em cada situação humana, marcada pela fragilidade, o pecado e a morte, a Boa Nova não é apenas uma palavra, mas é um testemunho de amor gratuito e fiel: é sair de si mesmo para ir ao encontro do outro, é permanecer junto de quem a vida feriu, é partilhar com quem não tem o necessário, é ficar ao lado de quem está doente, é idoso ou excluído. Com esta jubilosa certeza no coração, hoje voltamo-nos para Vós, Senhor ressuscitado!
Orientações litúrgicas
Em lugar do Ato Penitencial, é conveniente fazer a aspersão com a água abençoada durante a Vigília Pascal.
Após a 2ª leitura, permanecendo todos sentados, um leitor ou cantor, de uma estante ou de outro local adequado (não do ambão), canta ou recita a sequência pascal, que neste dia é obrigatória.
Após as Preces, convém organizar a procissão das oferendas, na qual alguns fiéis conduzem ao altar os dons do pão e do vinho a serem consagrados (isto é, a patena e as âmbulas com hóstias e as galhetas com vinho e água).
No final da celebração usar a bênção própria para esse dia, a mesma da Vigília.
Cânticos
Entrada – Por sua morte; O Senhor ressurgiu;
Apresentação das oferendas – Eu creio num mundo novo; Em procissão vão o pão e o vinho; Estar em tuas mãos (Com. Shalom);
Comunhão – Vejam, eu andei pelas vilas; Um só Corpo (Com. Shalom)
Final – Fica conosco, Senhor; Ressuscitou (Com. Shalom).
Por, Pe. Alisson Marlon
Assessor da Pastoral Litúrgica