Os Tempos do Advento e do Natal são particularmente ricos em manifestações da devoção do Povo de Deus. Representar o acontecimento do nascimento de Jesus tem o mesmo valor que anunciar, com simplicidade e alegria o Mistério da Encarnação do Filho de Deus, fazendo transbordar das páginas da Bíblia, o Evangelho vivo, por sinais e símbolos cristãos.
“O povo que andava nas trevas viu uma grande luz” (Is 9,1).
A coroa do Advento, com o progressivo acender das suas quatro luzes, domingo após domingo, até à solenidade do Natal, é memória das várias etapas da história da salvação antes de Cristo e símbolo da luz profética que ia iluminando a noite da expectativa, até o surgimento do Sol de justiça.
“Encontrareis um recém-nascido deitado numa manjedoura” (Lc 2,12).
Presépio significa “manjedoura”, enquanto a cidade do presépio, Belém, significa “casa do pão”. Manjedoura e casa do pão: o presépio que fazemos em casa, onde partilhamos alimento e afetos, nos recorda que Jesus é o alimento, se dá como o pão da vida (cf. Jo 6,34). É Ele que alimenta o nosso amor, é Ele quem doa às nossas famílias a força para seguir adiante e nos perdoarmos.
Fazer o presépio é celebrar a proximidade de Deus. Deus sempre esteve próximo ao seu povo, mas quando se encarnou e nasceu, esteve muito próximo. Fazer o presépio é celebrar a proximidade de Deus, é redescobrir que Deus é real, concreto, vivo e atual.
Pode-se montar o presépio no dia 17 de dezembro ou próximo a ele, dando início à “novena de Natal”. Uma proposta seria montar o presépio progressivamente (esta é apenas uma sugestão):
1º Domingo do Advento: apenas o ambiente do presépio;
2º Domingo: os pastores com seus rebanhos;
3º Domingo (Domingo da Alegria): os anjos;
4º Domingo: a Virgem Maria e São José;
Noite de Natal: o Menino Jesus;
Solenidade da Epifania: os magos.
Desmonta-se o presépio no dia 08 de janeiro, Domingo da Solenidade da Epifania do Senhor ou na segunda, no Batismo do Senhor.
“Completaram-se os dias para o parto, e Maria deu à luz o seu filho” (Lc 2,6-7).
Durante nove dias, os cristãos prepararam-se para celebrar o nascimento do Senhor. A novena de Natal dedica espaço à memória da primeira vinda de Cristo no Natal, pela qual o reino de Deus já está presente no meio de nós (Lc 17,21) e a esperança pela sua última vinda, quando o Reino de Deus se manifestará de maneira plena, como pedimos na oração que o Senhor nos ensinou: “venha o teu reino” (Mt 6,10).
Costuma-se fazer presente a imagem do Menino Jesus, que é levada de casa em casa. Com esta imagem peregrina, pode-se levar uma da Virgem Maria grávida, recordando a viagem que ela realizou de Nazaré a Belém nos dias que antecederam o Natal, acompanhada de seu esposo São José (cf. Lc 2,1-7).
“Pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7,20).
Com sua forma elevada, seu verde e as luzes em seus ramos, ela é símbolo de vida que nos leva a meditar o grande mistério da Noite Santa do Natal do Menino Jesus. Cristo, o Filho de Deus, trouxe ao mundo escuro, frio e sem redenção no qual nasceu, uma nova esperança e um novo esplendor.
A árvore de Natal é uma ocasião para a oração em família. Pelas várias cores dos enfeites de Natal em referência às várias formas de oração: louvor, ação de graças, súplica. Junto com os presentes que serão entregues aos membros da família, não deverá faltar o presente para os pobres: eles fazem parte de toda família cristã.
A estrela, que costuma ser colocada no topo da árvore, recordando aquela que guiou os magos do Oriente (Mt 2,1-12).
A montagem da árvore de Natal pode estar associada ao início do Advento, quatro domingos antes do Natal; ou ao período de preparação próxima para o Natal do Senhor, a partir do dia 17 de dezembro.
Artigo de: Pe. Alisson Marlon de Moura
Assessor da Liturgia
Referências:
– Carta Apostólica Sinal Admirável do Presépio, Papa Francisco;
– Catequeses sobre o Advento e Natal do Papa Francisco.