Começo o texto deste mês com palavras da canção que todos conhecemos: “Então é Natal. E o que você fez? ”
A letra da canção já remete a uma reflexão, apontando que é o Tempo de Natal, mas faz uma pergunta: E o que você fez? Esse questionamento deve estremecer o âmago de nosso ser, pois inquire sobre nossa existência, principalmente num ano marcado por profundas divisões entre as pessoas. O que você fez, para tornar sua vida melhor? O que você fez, para harmonizar as relações humanas nos ambientes em que convive? Enfim… o que você fez para que Jesus renasça em seu coração?
O Tempo do Natal é de profunda alegria, pois contempla o Mistério da Encarnação do Verbo, ou seja, do Filho de Deus que se fez carne e veio ao nosso encontro. Nas outras matrizes religiosas os seres humanos buscam se elevar e encontrar Deus, em nosso caso, pois somos cristãos, é Deus que toma a iniciativa, enviando seu Filho para assumir a nossa carne. Não vamos até Deus, é Ele Quem vem ao nosso encontro, vivendo em tudo a existência humana, menos a dimensão pecaminosa. Natal é vinda, é encontro. Na simplicidade da manjedoura se envolve a divindade que se fez humana.
Esse anúncio do nascimento do Senhor é uma das grandes alegrias para os seres humanos, pois o nosso Deus, se fez imagem humana. Nas palavras de São João Paulo II: “Jesus mostra para o ser humano, quem é o ser humano; e mostra para o humano quem é Deus”.
O Natal é período de profunda renovação existencial. Contemplando o nascimento do Senhor, questionamos nossa história de vida e, principalmente, percebemos que apesar das dificuldades que encontramos em nosso caminho, sempre podemos exercer nossa liberdade e mudarmos o rumo das coisas. No Menino Jesus que nasce com os braços abertos, sentimos a vida se abrir em todas as suas dimensões e nos alegrar com o nosso existir, como escreve meu irmão Paulo Cézar Gelchaki, quando envia mensagens nas redes sociais: “É ‘bão’ tá vivo”. O Natal deve trazer essa mensagem de esperança, para que cada um de nós possa dizer que é bom estar vivo, e desfrutar da vida em todos os seus momentos, sejam alegres ou tristes, bons ou ruins.
Nesse tempo de Natal, se entregue ao Menino Jesus e deixe que Ele transforme sua vida e seu existir, Ele quer entrar e fazer morada em seu coração, mas para isso, precisamos exercitar nossa liberdade e permitir que Ele venha: “Eis que estou a porta e bato” (Ap 3,20).
Externo minha gratidão por essa caminhada que fizemos no Site da Diocese! Um Feliz e Santo Natal! Um 2023 repleto de bênçãos e alegrias! Até breve…
Texto de: Sérgio Gelchaki
Psicólogo