A catequese é sempre um assunto que dá muito o que falar. Não é para menos. Trata-se de uma das dimensões da vida da Igreja das mais importantes. A catequese está a serviço da iniciação à vida cristã, ou seja, é ela que oportuniza a aprendizagem de um novo jeito de ser, um novo estilo de vida àquele (a) que busca crer em Jesus Cristo. A vida cristã é um aprendizado de toda vida. É um processo sem fim. A catequese então constitui-se num instrumento dos mais valiosos para que esse caminho de pertencimento a Cristo possa se robustecer cada vez mais.
O Doc. 107 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que versa sobre a Iniciação à vida cristã, citando o Papa Francisco, assim se expressa: “na Iniciação à Vida Cristã, a Palavra de Deus é essencial…O encontro catequético é um anúncio da Palavra e está centrado nela, mas precisa sempre de uma ambientação adequada e de uma motivação atraente, do uso de símbolos eloquentes, de sua inserção em um amplo processo de crescimento e da integração de toda as dimensões da pessoa, em um caminho comunitário de escuta e resposta” (CNBB, DOC. 107: Iniciação à vida cristã: itinerário para formar discípulos missionários, p. 13, 2017).
Catequese ainda como aulas:
Infelizmente nossos encontros de catequese ainda refletem muito o contexto das salas de aula. Não raras vezes ouvimos os próprios catequistas falando em “matrículas para a catequese”, “aulas de catequese”, que acontecem nas “salas de catequese”. Carteiras e cadeiras enfileiradas, quadros para “passar a matéria” e ainda, “a professora de catequese”, também não são expressões esquecidas nas nossas “conversas de Igreja”.
Nesta perspectiva, se continuarmos a usar essa linguagem e, sobretudo, esses hábitos para vivenciar a catequese, continuaremos a formar alunos, mas não discípulos. Ao final do processo catequético nós teremos formandos, e não fiéis. Os sacramentos, ao invés de serem os momentos de experiência mais profunda e viva de encontro com Deus em vista do aprofundamento da vida cristã, serão celebrações solenes de despedida da Igreja, como assistimos todos os anos ao término das solenes liturgias de Primeira Eucaristia ou de Crisma.
A mudança proposta pela Igreja:
Preocupada com toda essa situação é que a Igreja vem dando passos concretos para ir de encontro com essa triste realidade. Urge aproximar de novo a Catequese com a liturgia, os catequizandos e a comunidade cristã. Para isso, os encontros catequéticos, tal como foi acima referendado, precisam ser transformados em verdadeiras experiências de vivencia da fé. É urgente modificar nossos espaços e ambientes catequéticos tirando-lhes a roupagem escolar e revestindo-lhes de uma ambientação onde tudo aponte para o encontro com Deus e com os irmãos e irmãs.
Nesse sentido é que queremos propor para uma posterior reflexão, a sugestão de que em toda a nossa Diocese de União da Vitória, em todos os lugares onde a prática catequética é vivenciada, crie-se um ambiente onde a Palavra de Deus seja destacada e, a partir dela, a vida de cada um dos catequizandos seja levada em conta no grupo que se encontra para aprofundar a sua fé. Propomos que em cada espaço de catequese haja uma Mesa da Palavra e uma Mesa da Partilha. É o que vamos refletir no próximo artigo do Estrela Matutina.
Por, Pe. Sidnei José Reitz
Assessor da Catequese