Os trabalhos em coletar dados para o Sínodo nas diversas paróquias da Diocese estão em andamento. No mês de janeiro todas elas receberam sugestões da Equipe Central para servir de orientação. Foi pedido para que cada paróquia se organizasse e elaborasse um plano de ação. Insistiu-se para que fizessem uma preparação através de momentos fortes de espiritualidade com orações e meditações a partir da Palavra de Deus. Igualmente se propôs momentos de estudo nos quais alguém explique, com palavras simples, o que o Papa e a Igreja esperam de um Sínodo.
“Algumas paróquias estão bastante adiantadas; outras ainda estão iniciando os trabalhos. Sabemos de paróquias que estão envolvendo não só os fiéis que normalmente frequentam a comunidade; porém também se dirigem àqueles que dificilmente aparecem na comunidade. Usam para tanto, das pastorais, dos movimentos e de grupos dispostos a conversar com os diversos segmentos da sociedade”, diz padre Mário Glaab, membro da Equipe Diocesana de preparação para o Sínodo.
Segundo o padre Mário, o prazo-limite para que as paróquias enviem suas sínteses à Equipe Central é dia 26 de maio de 2022. “Reforçamos novamente o apelo para que todos se disponham a colaborar. É na comunhão de todos que o Espírito Fala a Igreja”, motiva o padre.
Apresentamos também aqui um vídeo, gravado pelo Prof. Doutor Diogo Marangon Pessoto, leigo da Diocese de São José dos Pinhais – PR, que ministrou a Aula Inaugural do (IFTESAM), Instituto acadêmico do Seminário Diocesano, de União da Vitória, em fevereiro deste ano (reveja aqui), onde abordou a temática sobre o Sínodo. No vídeo, gravado especialmente aos fiéis da Diocese de União da Vitória, professor Diogo também explica o que é o processo Sinodal, e sua importância para a Igreja, além de motivar os fiéis diocesanos e pessoas de boa vontade a darem de coração sincero essa contribuição para com a Igreja.
Ainda, abaixo do vídeo você tem acesso às perguntas que as paróquias estão buscando responder nesse processo de ‘escuta’ e uma explicação mais detalhada para uma melhor compreensão sobre o processo Sinodal.
O que deve ser respondido?
O Sínodo, como pergunta geral, coloca a questão fundamental: Uma Igreja sinodal, ao anunciar o Evangelho, ‘caminha em conjunto’. Como é que este ‘caminho em conjunto’ está a acontecer hoje em nossa Igreja local? Que passos é que o Espírito nos convida a dar para crescermos no nosso ‘caminhar juntos’?
Eis algumas perguntas como orientação.
Uma Igreja sinodal, ao anunciar o Evangelho, “caminha em conjunto”:
- Como este “caminhar juntos” está acontecendo em nosso grupo: paróquia, capela, comunidade, pastoral, grupo…? Estamos nos ouvindo, comunicando, e todos se sentem inseridos em nosso meio?
- À luz da Palavra de Deus, que passos o Espírito Santo nos convida a dar para crescermos mais no nosso caminhar juntos? Lembrar dos que normalmente não estão conosco, não colaboram e que não contam.
- Concretamente, em nossa Diocese e Paróquias, que experiências positivas de caminhar juntos podemos citar? Encontros, celebrações, retiros e partilha da vida no cotidiano. Há pessoas menos favorecidas que estão sendo ajudadas?
- Que alegrias essas experiências proporcionaram? Sentimo-nos bem quando podemos ajudar alguém que precisa mais do que nós, seja de afeto, de compreensão ou de ajuda material?
- Quais as maiores dificuldades que encontramos para que a Igreja seja “Igreja em saída”. Percebemos “feridas” que machucam o nosso povo? Quais os passos concretos que podemos dar para vencer estes obstáculos?
- Temos algum planejamento concreto para intensificar nossa caminhada em conjunto?
- Sentimos, de fato, a ação do Espírito Santo na caminhada de nossa comunidade? Onde e quando?
- O que será que o Espírito Santo nos pede neste momento desta fase sinodal, isto é, hoje?
- Diante de tudo isso: a) O que vai bem e deve ser mantido? b) O que precisamos mudar? c) Quais os passos concretos são necessários?
- A partir das experiências que relembramos, que perspectivas e caminhos se abrem para nossa comunidade, nosso grupo, paróquia e diocese?
Entenda melhor o que é o SÍNODO
Sínodo – Caminho que os membros do Povo de Deus percorrem juntos. A sinodalidade permite que todo Povo de Deus caminhe em conjunto, escutando o Espírito Santo e a Palavra de Deus, para participar na missão da Igreja na comunhão que Cristo estabelece entre nós.
Quer proporcionar uma oportunidade para todo o povo de Deus discernir em conjunto como progredir no caminho para ser uma Igreja mais sinodal a longo prazo. “Como é que este ‘caminhar juntos’ tem lugar, hoje, a diferentes níveis (desde o local ao universal), permitindo que a Igreja anuncie o Evangelho? E quais os passos que o Espírito nos convida a dar para crescermos como Igreja sinodal?” (Documento Preparatório 2).
As palavras-chave são: Comunhão, Participação e Missão. Quem deve participar? Todos. O Papa Francisco convida todos. As dioceses são chamadas a ter em conta que os principais sujeitos desta experiência sinodal são todos os batizados. É preciso ter especial cuidado para envolver as pessoas que possam correr o risco de serem excluídas: mulheres, deficientes, refugiados, migrantes, idosos, pessoas que vivem na pobreza, católicos que raramente ou nunca praticam a sua fé, etc. Encontrar meios criativos para envolver as crianças e os jovens. Uns devem ouvir a voz dos outros. Também ouvir as pessoas de outras tradições de fé, sem crença religiosa…
Todos: Ninguém deve ser excluído. Todos devem poder partilhar as suas perspectivas e experiências, na medida em que querem ajudar a Igreja no seu caminho sinodal de procura do que é bom e verdadeiro. Isto vale especialmente para aqueles que são mais vulneráveis ou marginalizados.
O Sínodo há de despertar esperanças em um mundo envolto por sombras. Talvez o individualismo seja um dos maiores desafios que o mundo enfrenta hoje. O “todos juntos” deve partir da Trindade. Esta deve ser nossa força motriz. Somente o diálogo corajoso e sincero irá mostrar o que o Espírito quer.
Atitudes para participar no Processo Sinodal
– Requer tempo para a partilha. Integrar liberdade, verdade e caridade – diálogo;
– Humildade de escutar e coragem de falar. Não se trata de convencer os outros, mas de acolher;
– Diante da novidade, ter coragem de mudar de opinião;
– Abertura à conversão e à mudança – abandonar atitudes de complacência e de conforto;
– Exercitar o discernimento – ter convicção de que Deus age no mundo e de que nós somos chamados a escutar o que o Espírito nos sugere;
– Escutar e caminhar – Deus escuta o grito do seu povo;
– Abandonar os preconceitos e estereótipos – Libertar-nos de preconceitos e de costumes estranhos;
– Vencer o clericalismo – Na Igreja têm muitos carismas, porém todos temos a mesma dignidade no seio do Povo de Deus;
– Vencer a autossuficiência – Precisamos construir mais pontes do que muros. Muros: idade, sexo, riqueza, capacidade, educação, etc.;
– Derrotar as ideologias: Evitar o risco de dar mais importância às ideias do que à realidade da vida de fé que as pessoas vivem em concreto;
– Dar origem à esperança – sermos faróis de esperança, não profetas da desgraça;
Sínodo: tempo para sonhar e “gastar tempo com o futuro”. “Uma visão cheia da alegria do Evangelho”. No discernimento sinodal deve-se colocar na “escuta de Deus até ouvir com Ele o grito do povo; escuta do povo, até respirar nele a vontade a que Deus nos chama” (Francisco).
Concretamente:
Na fase diocesana: discussões entre paróquias, movimentos laicais, escolas, universidades, congregações religiosas, comunidades cristãs de bairro, ação social, movimentos ecumênicos… O importante é chegar às periferias e às vozes que raramente são ouvidas.
– Incentivar as pessoas a reunir-se, a responder em conjunto às perguntas/imagens/cenários de estímulo, a escutarem-se umas às outras e a dar uma contribuição individual e em grupo, propor ideias, exprimir reações e apresentar sugestões. Importante é “viverem juntos o caminho sinodal”.
– A síntese não é produzir um resumo genérico de tudo o que foi dito ou realizar um exercício acadêmico. Mas, a síntese é um ato de discernimento para escolher o que pode contribuir para a fase seguinte do processo Sinodal.
Não dá para esquecer: Todo processo da caminhada, experiência e discernimento sinodal deve ser à luz da Palavra de Deus. Sugere-se que hajam momentos fortes de oração, de meditação (Adoração ao Santíssimo) e de partilha, para que o Espírito possa ser ouvido na voz e na presença de todos. A Palavra de Deus há de se “encarnar” nos grupos que se encontrarão. Tudo deve ser feito com esta reta intenção: Colaborar, ouvindo a Palavra e o Espírito.
Que Maria, a Mãe de Jesus, que “guardava tudo em seu coração”, acompanhe seus filhos e filhas nesta caminhada de fé e de amor.
Postagem: Setor de Comunicação
Diocese de União da Vitória
Informações: Equipe Diocesana do Sínodo