O Tempo de Natal celebrado pela Igreja visa alimentar nos corações humanos a chama do amor de Deus por cada pessoa. Com o Natal, a Igreja recorda aos fiéis que Deus é fiel à sua promessa de amor. Ao criar o ser humano selou uma aliança de amor, mas, com o pecado de Adão, o gênero humano rompe esta aliança. Deus então, por sua misericórdia, por seu amor, toma a iniciativa de vir ao nosso encontro e nos socorrer. Por isso, envia o seu Filho, que nasce de Maria, para ser aquele que irá assumir nosso pecado da separação, e pela sua Morte e Ressurreição nos unir novamente a Deus. O ser humano na sua livre vontade se separa de Deus, e Deus, na sua livre vontade vem nos convidar novamente para participarmos de seu amor.
Com as Novenas de Natal, a Igreja dá às famílias a oportunidade de celebrarem esse amor, unidas pelos laços familiares, de amizade, e pelo laço da fé.
É verdade que a Pandemia ocasionou um afastamento entre as pessoas, até entre as famílias. E por amor à vida de cada um é uma atitude importante; dolorosa, mas necessária. Contudo, o afastamento físico não deve gerar em nós um afastamento, um isolamento e um esfriamento da fé, da vida de comunidade, da vida de comunhão, de fraternidade. É característica dos cristãos e cristas viverem a fé em comunidade.
As Novenas de Natal, não puderam este ano ser celebradas com a reunião de várias famílias nas casas, como acontecia em anos anteriores. A Igreja propôs que fossem celebradas somente entre os membros da família ou na Igreja, onde os espaços são maiores, tomando as precauções exigidas para evitar o contágio da Covid-19.
Neste clima atípico que estamos vivendo, os que celebram as Novenas neste ano relatam que a Pandemia pode ajudar as pessoas a valorizarem algo que se estava perdendo, o convívio familiar. Contagiados pela mentalidade do consumo que se volta mais para as compras, as viagens, as festas, o sentido da experiência da vida em família vem se desgastando e não sendo percebido seu valor.
Ainda em outro aspecto, se o tempo atual nos coloca em uma dinâmica de vida individual, a Pandemia restringindo nossos espaços de viagens e circulação, pode nos fazer vivenciar um Natal mais em família, onde a presença do amor de Deus se manifesta de modo mais próximo à nós.
Deus é família e seu Filho nasce em uma família, para nos mostrar o valor da Instituição Familiar. Deus é comunidade, porque é Pai, Filho e Espírito Santo, uma comunhão de amor, e partilha esse amor à humanidade mostrando a importância da vida em comum que experimenta o dom da partilha.
É na vivência da fé, alimentada também pelas Novenas de Natal que experimentamos a força e a importância da vida em comunidade, em família. Se ficarmos apenas na vivência individual, como a mentalidade do mundo nos propõe, nunca sentiremos a experiência do amor, que na sua essência se mostra partilha, comunhão e doação. Que neste ano, o verdadeiro Natal seja vivido por cada pessoa, por cada família, por cada comunidade.
Texto e Fotos: Marcelo S. de Lara
Setor de Comunicação
Diocese de União da Vitória – PR
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