POR, Célio Reginaldo Calikoski.
O texto de João 4,1-42 fala de um encontro: o encontro de Jesus com a Samaritana. Jesus, a partir da sede, da realidade da água, da vida da mulher e de sua busca por Deus, inicia uma conversa com essa mulher. Esse diálogo leva a mulher a ter um encontro pessoal com Jesus Cristo. Depois desse encontro a Samaritana faz uma experiência de testemunho junto ao seu povo, tornando-se missionária.
A Igreja, como comunidade, incentiva e realiza esse encontro, esse diálogo, através da Iniciação à Vida Cristã. “Os processos de iniciação supõem uma Igreja em estado permanente de missão, dedicada não apenas ao anúncio (falar), mas também à busca de caminhos que consolidem a vida cristã.” (Doc. 107, 65).
Essa mesma Igreja é que vai formar novos filhos e filhas, os acolhendo, orientando e promovendo fraternidade entre eles. Esses novos filhos e filhas, através da Iniciação à Vida Cristã, tornam-se discípulos missionários e através de atitudes concretas de missão e testemunho transforma as estruturas desumanizantes e injustas. O Doc. 107 Nos diz: “A Iniciação Á Vida Cristã nos insere na vida plena de Deus, realizada em Cristo. Esta se expressa em atitudes concretas de missão e testemunho de fraternidade, solidariedade, justiça social, paz, salvaguarda da criação, diálogo ecumênico, construção de um mundo melhor para todos” (Doc. 107, 68).
Repensar a Vida Pastoral
A Iniciação à Vida Cristã é o caminho que a Igreja precisa assumir com decisão e criatividade. Esse caminho vai renovar e despertar a vida comunitária missionária. Para isso é preciso repensar a vida pastoral da Igreja. Com a IVC não podemos manter o tipo de organização pastoral que há hoje em nossas Paróquias. Precisamos assumir urgentemente a renovação paroquial.
A Igreja também precisa envolver a comunidade inteira no processo de Iniciação à Vida Cristã e na formação continuada dos fiéis. No momento em que vivemos uma mudança de época, é necessário o anúncio de Jesus Cristo seja contínuo, através de novos temas (ecumenismo, ecologia, questões sociais) e da leitura orante da Bíblia.
Como que a Igreja pode fazer isso?
Através de um caminho progressivo, através de etapas, de ritos e de ensinamento, visando “uma transformação religiosa e social do iniciado” (Doc. 107, 78). Nesse caminho progressivo é necessário um “itinerário de acolhida do mistério de Deus, onde a pessoa precisa ser iniciada, por meio de experiências que a toquem profundamente e a impulsionem à sua conversão” (Doc. 107, 79).
Num itinerário temos o símbolo que nos ajuda a entender a realidade. No campo religioso também temos o ato simbólico, esse ato simbólico nos ajuda a se sentir comprometido com “o mistério profundo das coisas, das pessoas e do próprio Deus.” (Doc. 107, 81).
Para celebrar o processo iniciático, a Igreja utiliza os sacramentos. O mistério cristão ou sacramento é o plano divino da salvação que Deus realiza na história da humanidade. “O termo “mistério”, no Novo Testamento, não indica em primeiro lugar um segredo intelectual, mas a ação salvadora de Deus na história.” (Doc. 107, 83). Esse mistério se revela na pessoa de Jesus Cristo, em sua vida, morte, ressurreição e glorificação.
Para aprofundar:
– Leitura Orante do texto de Jo 4, 1-42.
– Leitura do Doc. 107 – Iniciação à Vida Cristã Capítulo III, do número 62 ao número 115.
Contribuição: Célio Reginaldo Calikoski, coordenador diocesano da Catequese
Fonte:– CNBB – Iniciação à Vida Cristã: itinerário para formar discípulos missionários, Documento 107;
Documento de Aparecida
CNBB – Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2015-2019.