Invocada como Santa Dulce dos Pobres, chamada de o Anjo Bom da Bahia, Irmã Dulce, 27 anos depois de sua morte, foi elevada aos altares no dia 13 de outubro, sendo considerada Santa pela Igreja Católica.
Primeira Santa brasileira, Irmã Dulce foi canonizada no ano em que as Obras Sociais Irmã Dulce comemoram 60 anos.
Além da comoção e júbilo em fiéis de todo o Brasil, desde o anúncio do Papa Francisco sobre a canonização no dia 01 de julho deste ano, na Diocese de União da Vitória, um padre e uma leiga também expressaram grande louvor por terem tido contato com a Irmã Dulce.
Pároco da paróquia São Sebastião Mártir, em União da Vitória, Frei José de Jesus, natural de Salvador (BA), conviveu com a Irmã Dulce durante oito anos quando era jovem. Segundo Frei Jesus, foi o contato com a Santa dos Pobres no trabalho do hospital e buscando com ela frutas na feira para os necessitados, que lhe despertou para seu ingresso na vida religiosa. “Eu era de um grupo de jovens que fazia um trabalho voluntário no Hospital da Irmã Dulce. Não tínhamos ideia de quem viria a ser esta religiosa. Sempre silenciosa. Também a acompanhava buscando restos de frutas e verduras na feira. Foi deste contato com ela que surgiu minha vocação. Entrei no convento de Ilhéus, ajudado também por ela”, relata o padre, hoje religioso Franciscano.
Frei Jesus:
Mulher de poucas palavras, mas com uma preocupação imensa com os mais vulneráveis, reportagens da época noticiando suas ações nos anos 70 e 80 mencionavam Irmã Dulce como a Santa dos Pobres, diz Frei Jesus. “Ela transmitia carinho com seu afeto em favor dos mendigos. Cuidava de jovens e crianças abandonadas. No período dos anos 70 e 80 já recebia fama de santidade. Todo mundo comentava da Santa dos Pobres lá no pequeno hospital da Irmã Dulce”, relembra o Frei.
Frei Jesus:
Além das boas memórias que tem de Irmã Dulce, padre Jesus guarda também um quadro com o retrato da Santa brasileira, que ganhou em uma visita que fez à Bahia anos depois. “A Irmã Olívia, quem nos assessorava nos trabalhos da época, na visita em que fiz há uns três anos atrás, me reconheceu e me deu de presente este quadro que hoje tenho em minha casa paroquial”, relata o Frei.
O Presente:
Guardando também com carinho uma fotografia com a Santa e um livro autografado pela própria Irmã Dulce, Marisete Grazziotin Calliari, moradora de União da Vitória, teve também contato com Irmã Dulce em 1984, quando em uma viagem com suas amigas em Salvador (BA), tiveram um convite para visitar o hospital em que Irmã Dulce atuava. “Estávamos em uma viagem de férias com umas amigas e lá alguém nos orientou que conhecêssemos o trabalho de Irmã Dulce. O que me admirou muito foi a cadeira de madeira na qual ela dormia. Vi naquela freira uma humildade muito grande. Uma pessoa de estatura tão pequena, mas que emanava uma santidade e uma força tão grande que só podia ser algo de Deus mesmo”, relata Marisete, lembrando ainda impressionada.
Marisete:
Em alguns momentos retomando o livro sobre a história da Irmã Dulce, que ganhou naquela época, hoje Marisete diz que o relê com outra perspectiva e vê que a santidade está ao alcance de toda pessoa que deseja seguir os passos de Jesus.
“Aumentou muito a minha fé por ela. Todo dia peço a ela por mim e minha família. Com esse contato que tive com ela e com sua canonização entendo que Santo não é algo surreal, mas pode acontecer hoje. Eu, você pode ser um Santo”, diz a devota.
Marisete:
Com carinho e devoção, Marisete guarda hoje em seu quarto, desde o dia do anúncio da canonização de Irmã Dulce, o livro com uma dedicatória da própria Santa, e o quadro com suas amigas: Vera Lúcia Rodrigues, Odete Jordão, Leonice Panacioni, e, Maria Guiomar Marques, juntas com a Santa Irmã Dulce dos Pobres, título ao qual na época já era chamada pelo povo da Bahia.
Texto: Marcelo S. de Lara
Setor de Comunicação
Diocese de União da Vitória
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