Na busca de proporcionar um maior aprofundamento de uma das cinco dimensões exigidas pela Igreja do Brasil na formação dos candidatos ao presbiterado, que é a Dimensão Espiritual, o Seminário Diocesano reservou no mês de agosto para os seminaristas alguns dias de Retiro Espiritual.
Além da formação já no Seminário, e o acompanhamento com Diretores Espirituais, os seminaristas diocesanos da Diocese de União da Vitória fizeram três dias de retiro em uma chácara, em Fluviópolis, no município de São Mateus do Sul, cedida pelo casal do Movimento Serra Clube, da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, de São Mateus do Sul, Alceu e Margarete Ravanello.
Dos dias 11 à 14 de agosto, 11 dos 13 seminaristas foram direcionados nas reflexões pelo padre Gilson Cézar de Camargo, pároco na cidade de Imbituva – PR, e professor do Instituto (no Seminário), formado nas áreas de Liturgia e Sacramentos.
Entre colocações e momentos de reflexão pessoal, chamado Deserto, os seminaristas eram levados a pensar em sua vida vocacional em sua vida como cristãos, dentro dos caminhos de salvação propostos por Deus. “O Seminário não é uma casa para formar apenas futuros sacerdotes, mas antes de tudo, bons cristãos”, dizia padre Gilson.
Já na missa de abertura, na quinta-feira à tarde, o pregador falava da importância do retiro e de cada um estar disposto para que o Espírito Santo aja nos corações. “Vejam queridos jovens, o retiro não depende somente do pregador. A palavra Retiro tem o sentido de acertar o alvo, rever as metas, os objetivos. Por isso cada um deve se esforçar para poder deixar o Espirito agir, pelas palavras do pregador,” explicou o padre. “Entre as minhas palavras e o resultado que chega em vossos corações existe a ação do Espírito, que do modo como Ele quer, irá tocar em vocês”, acrescentou.
Ao final de cada dia, os seminaristas realizavam com o pregador uma partilha de sensações que experimentaram durante as meditações. “Refletindo sobre minha vocação, é impressionante como Deus age em nossas vidas. Eu estava bem afastado da Igreja e descartava a hipótese de pensar em ser padre. Mas as coisas foram acontecendo de um jeito que me senti seduzido por Deus e hoje estou aqui. Não sei se terminarei o seminário como padre, mas Deus agiu em minha vida mudando totalmente meus rumos e projetos”, testemunhou Cristian Boniatti, formado em agronomia e que está no primeiro ano de seminário.
Segundo padre Gilson, toda a caminhada espiritual deve estar na ótica da comunidade e não do individual. “Devemos cuidar com alguns espiritualismos por aí que nos relegam a uma fé de sentimento. O caminho da fé não é um sentimento mas sim um seguimento, é compromisso de vida em comunhão. Deus é comunhão, e nós sendo Pessoas, fomos feitos para viver em comunhão – caminhar juntos em uma mesma missão, um mesmo projeto”, alertou o pregador.
A celebração Eucarística e as orações da Liturgia das Horas coravam ainda mais essa vivência da fé em comunidade no Retiro. “Não se esqueçam da importância da Eucaristia na vida de vocês e também de recorrem sempre à Virgem Maria. Como mulher de fé, ela nos ampara nas horas mais difíceis”, motivou padre Gilson na missa de encerramento.
Como avaliação dos três dias dessa experiência, para o seminarista Diego Nakalski, padre Gilson conseguiu fazer uma boa relação dos conteúdos com a vida de Seminário vivida por eles. “O Retiro me ajudou a pensar melhor em nossa convivência no seminário. Terminamos esses dias de retiro, mas devemos buscar agora caminhar com essas reflexões no nosso dia a dia”, testemunhou Diego, do segundo ano de seminário.
Padre Evaldo Karpinski, reitor do Seminário, expressou seu agradecimento ao pregador, às pessoas que auxiliaram na cozinha e à família que acolheu o retiro em sua chácara. “Somos muito grato à todos que contribuíram nesta formação para os seminaristas. Ao padre Gilson pelas palavras que nos inspiraram, à Irmã Ivanete, aos caseiro aqui da chácara, e ao casal Alceu e Margarete que, além de serem do Movimento Serra, possuindo um grande carinho pelas vocações, são pessoas muito amigas. Nos ofereceram a casa e também o jantar de sábado. Nosso muito obrigado”, concluiu padre Evaldo agradecendo.
Pe. Marcelo S. de Lara
Assessor da Pascom