Há quase cinco anos interditada por motivos de reforma, a Igreja Catedral Sagrado Coração de Jesus, de União da Vitória, abriu suas portas para receber os fiéis na quarta-feira da Semana Santa.
Ainda que não concluída as obras de restauração, o bispo diocesano, Dom Agenor Girardi, solicitou que a igreja fosse aberta para a celebração das 19h, pois o motivo era todo especial. Fiéis voluntários se prontificaram em limpar toda a igreja e arrumá-la para acolher todo o clero da diocese de União da Vitória que estaria reunido para celebrar a Missa do Crisma e também participar, na mesma celebração, da posse dos dois novos padres que assumiriam os trabalhos na Igreja Catedral.
“Além de ser um dia especial para todo o clero, vamos abrir as portas da Catedral para que o povo possa ver como está andando as obras, que eles mesmos estão financiando como muito zelo, e por que não dizer também, com muito sacrifício”, anunciou Dom Agenor.
A ornamentação no presbitério, as cadeiras brancas na nave da igreja, contrastavam com o tom cinza das paredes ainda no reboco e com os muitos acabamentos a fazer. O sentimento de saudade do povo, de quando celebravam na igreja ia sendo substituído pela alegria e esperança do retorno, expressa nos olhares enquanto acompanhavam a procissão de entrada. O corredor da igreja, ornamentado por um tapete vermelho, foi tomado do começo ao fim por todo o clero, seminaristas e ministros, que seguiam à frente do seu bispo diocesano, dom Agenor e pelo bispo emérito Dom Walter M. Ebejer, na procissão que dava início à celebração.
Após o padre Sérgio Nunes, vigário paroquial da Catedral até aquele momento, fazer a apresentação de todos os padres e seminaristas, dom Agenor deu início ao Rito de Posse dos novos padres da Catedral. Padre Silvano Surmacz, que assume como pároco, e padre Ermildo Vicente Krasovski, como vigário-paroquial, em um dos momentos do rito, recebem do bispo a chave do sacrário, e diante de Jesus Eucarístico se prostram de joelhos para adoração. “Recebam a chave do sacrário, vocês serão os que darão o alimento espiritual que é Jesus para o povo desta igreja” disse o bispo aos novos padres.
A desnudação da imagem do Sagrado Coração de Jesus, padroeiro da Catedral, posta no alto do Altar Mor, foi também um momento que emocionou os fiéis, alimentando-lhes a fé e a esperança de ver a reforma da ‘igreja mãe da Diocese’, concluída.
O novo pároco, em nome também de seus vigários padre Ermildo e do padre Aquiles Berton, comentou em suas palavras que a obra da reforma é projeto e missão de todos. “A Catedral não está sendo entregue somente a nós padres, mas sim está sendo entregue também ao povo novamente. Vamos trabalhar juntos, conto também com o apoio de todos os padres que serão sempre bem vindos. A Catedral e a casa paroquial estará sempre de portas abertas à quem desejar nos visitar”, declarou padre Silvano.
A Comunhão e a união pedida pelo novo pároco, se expressou de modo ainda mais intenso no rito da Renovação das Promessas Sacerdotais, feita por todos os padres diante do povo, como é costume nesta missa. “Amanhã, Quinta-Feira Santa, fazemos Memória da Instituição da Eucaristia e também do Sacerdócio. É o dia do padre”, comentava o bispo. “O sacerdócio é um dom dado por Deus, nem todos são escolhidos para este dom. Vocês padres aqui presentes foram chamados por Ele para este serviço, e por isso, renovarão agora as promessas assumidas com amor no dia de sua ordenação”, convidava dom Agenor.
A Missa do Crisma é a celebração em que o bispo abençoa os três óleos usados pelos padres durante o ano. O Óleo do Crisma, usado nas ordenações, sagrações de bispos, nas crismas e batizados; o Óleo dos Catecúmenos, que é usado no batismo de crianças e adultos; e o Óleo dos Enfermos, utilizado na unção de doentes.
Pela fragilidade da natureza humana, dom Agenor também rogou que o povo se comprometa em rezar por todo o clero. “Vocês também prometem assumir o compromisso de rezarem pelo bispo, pelos padres e diáconos, para que possamos servir com amor no nosso ministério de pastores?”, interrogava o bispo, ouvindo o sim de toda a assembleia.
O clima festivo dos fiéis da comunidade local ali presente era evidente. Também paroquianos amigos dos novos padres vieram apoiar a nova missão que assumiam. Juntos, a festividade se completou em um coquetel no salão paroquial, preparado pelo Movimento Serra.
Dos olhares curiosos de muitos que viam a Catedral em reforma pela primeira vez, e de outros que matavam a saudade de uma celebração em seu interior, se podia também ouvir comentários alegres da esperança que se renovava de, em algum tempo, ver a ‘igreja mãe da Diocese’ com suas obras concluídas e o povo todo, nela celebrando sua fé.
Pe. Marcelo S. de Lara
Assessor da Pascom
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