No dia 10 de outubro, sexta-feira, às 14h, aconteceu na sala de reuniões da Cúria Diocesana, uma reunião com professores do Instituto de Filosofia e Teologia Santo Alberto Magno (IFTESAM), que faz parte do Seminário Diocesano Rainha das Missões, em União da Vitória – PR.
Já em conversa com alguns professores, Pe. Sidnei José Reitz, reitor do Seminário Diocesano, e Pe. Rodrigo Scherer Reitz, vice-reitor, sentiram a necessidade de avaliar junto com o corpo docente do Instituto, algumas adaptações e melhorias na área acadêmica dos seminaristas. O objetivo também foi apontar caminhos para distinguir a caminhada de seminário da caminhada acadêmica em alguns aspectos, tendo em vista que Seminário e Instituto coexistem no mesmo local.
Nesta primeira reunião os professores que se fizeram presentes foram, Pe. Sidnei J. Reitz, Pe. Rodrigo S. Reitz, Pe. Mário F. Glaab, professor de Escatologia, Movimentos Teológicos e Teologia da Libertação, Pe. Cláudio Braciak, professor de Teoria do Conhecimento e Administração Paroquial; Pe. Jaime Rossa professor de Moral Sexual e Conjugal; Pe. Abel Zastawny, professor de Filosofia Política e Doutrina Social da Igreja; Dom Walter Michael Ebejer, professor Teodiceia, Ecumenismo e Pneumatologia, etc.; professora Iara T.F.G. Roman (Psicologia Sistemática); professor Everton Grein (Filosofia da Linguagem e Latim); professor Carlos Willians J. de Morais (Lógica e Filosofia das Ciências).
Já no início da reunião, Pe. Rodrigo destacou o parágrafo 132 da Evangelii Gaudium, onde o papa Francisco diz do Evangelho de Jesus ser ensinado e apresentado também dentro das categorias da razão e da ciência para se chegar assim, a todos os povos.
Pe. Sidnei usou como referência o número 349 do Documento 93 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que trata da Missão dos formadores e professores, para dizer da importância de se formar bem os futuros sacerdotes. Contudo, o reitor destacou a dimensão intelectual como sendo uma das atividades mais espinhosas e desafiantes no trabalho com os jovens seminaristas. “Como despertar o interesse pela leitura, pelos estudos nos jovens hoje no seminário é algo que nos desafia como formadores e professores”, disse o reitor.
Na sequência, Dom Walter, bispo emérito, apresentou seu relatório sobre a formação dos presbíteros no Paraná para se ter algumas referências na metodologia e na educação disciplinar de estudos envolvendo os seminaristas, apesar da realidade atual estar mais modificada.
Pe. Abel, comentou que a falta de interesse nos estudos é fruto também de uma cultura social e familiar que não educa o aluno à leitura. Os meios tecnológicos como, a interatividade sem informação acadêmica na internet e o uso dos celulares nas salas de aula foram também apontados como algumas das causas da falta de dedicação nos estudos e concentração em sala de aula.
O professor Everton destacou que, em muitas Universidades e Faculdades é proibido o manuseio de celulares dentro das salas de aula. “É uma medida educativa sim, pois colabora para que o aluno tenha um elemento a menos de distração e possa ter uma concentração maior nas aulas”, declarou o professor.
Ainda segundo Everton, o fato do Seminário estar junto com o Instituto, isso leva os seminaristas a não olharem o lado acadêmico com mais seriedade como seria se fosse separado. “Acho que falta para os seminaristas, uma clara distinção de Seminário e Instituto, mesmo que sejam ambos no mesmo local; distinguir isso é muito importante, dá diferença”, completou.
Ainda no espaço aberto para os professores exporem suas experiências em sala de aula, o professor Carlos Willians comentou do clima de comunidade que observa em sala de aula, sendo talvez pelo fato da maioria serem da mesma diocese.
O mesmo ponto de vista foi observado pelo padre Jaime Rossa, mesmo tendo um contato maior com os alunos apenas em sala de aula. “Pode-se notar que o clima entre eles esse ano está melhor que em anos anteriores”, afirmou Rossa.
Segundo a professora Iara, a maior quantidade e a diferença entre as culturas e os tipos como se tinha em anos anteriores com mais seminaristas de fora, proporcionava maior incentivo para todos no estudo. “Se percebia que havia uma concorrência nos estudos entre os seminaristas, mas, era uma competitividade sadia, em que eles mesmos saiam ganhando, porque buscavam se superar”, constatou a professora.
Após as colocações, padre Mário Glaab elogiou a iniciativa da reunião e motivou para se definir em conjunto com todos os professores, passos concretos de melhoria no campo acadêmico dos seminaristas. “É ótima essa iniciativa de se fazer uma reunião com os professores, algo que eu desejava há anos. Precisamos trabalhar juntos dentro de uma única linha de pensamento e de trabalho no Instituto”, disse o padre.
Na sequência, padre Sidnei apresentou o Estatuto Escolar do Instituto, suscitando ideias novas e atuais que os professores considerem necessário inserir. Dentre os pontos levantados estão: a metodologia na aplicação das provas, no que se refere a provas sem consultas ou não; provas substitutivas, média final a ser atingida; quantidade de provas proporcional à carga horária das matérias e, compensação de matérias para alunos vindos de fora caso necessário.
Foi apresentado também a ideia de se introduzir uma matéria de Introdução à Vida Acadêmica, mostrando métodos de pesquisa, consulta de livros na Biblioteca e confecção de trabalhos para os iniciantes no Instituto. Outra sugestão levantada foi a apresentação de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), no final do curso de Filosofia. Entre outras questões disciplinares, foi abordado a questão dos intervalos no meio das aulas e o uso de celulares pelos estudantes em sala.
Todas essas questões serão novamente pontuadas na próxima reunião, marcada para dia 4 de dezembro, às 9h, na Cúria Diocesana. Todos os professores estão convocados e deverão até lá, ler o Estatuto do Instituto e trazer por escrito suas sugestões de adaptações e novas emendas que considerarem necessárias, para serem aplicadas a partir de 2015.
Os professores que não se fizeram presentes receberão o Estatuto via e-mail, encaminhado pela Rose Maria Burzynski Lau, secretária do Instituto.
Pe. Marcelo
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