O Seminário Diocesano Rainha das Missões, em União da Vitória – PR, iniciou suas atividades no dia 17 de fevereiro. Após dois meses e meio de férias, formadores e seminaristas retornam para os trabalhos de estudo, formação humana e espiritual exigidos para a formação dos futuros sacerdotes.
Até 2013, o Seminário de União da Vitória tinha mais jovens estudantes de outras dioceses do Brasil, do que da nossa. Este ano mudou: São 14 da nossa diocese e um apenas de Minas Gerais, da diocese de Janaúba. Uma das explicações para essa redução foi o fato de algumas dioceses terem enviado seus seminaristas para Seminários Regionais, que fazem parte de suas respectivas Províncias Eclesiásticas, ou outros mais próximos das dioceses. Outro fato é que no seminário de União da Vitória optar por não acolher mais jovens do 1º e 2º ano do Ensino Médio, mas apenas do 3º ano.
Contudo, para as aulas de filosofia e teologia, além dos 15 internos, o Instituto está recebendo mais 6 seminaristas religiosos Instituto Missionário Servos do Senhor, que atende à paróquia Nossa Senhora do Rocio, em União da Vitória, um franciscano, do Abrigo São Francisco (Acardi I), e uma religiosa das Irmãs Mensageiras do Amor Divino.
Douglas da Silva Ribas é o seminarista mais novo. Cursa o 3º ano do Ensino Médio, há 2 meses no seminário. Natural de São Mateus do Sul – PR, da Vila Palmeirinha, Douglas diz que sente a vocação bater no peito há tempo e, motivado pela vinda do papa Francisco no Brasil e pelo trabalho dos missionários em sua comunidade decidiu entrar no seminário. “Sinto essa vontade de ser padre desde os 8 anos, sempre achei bonito e admirei o trabalho dos padres que conheci. Depois de ser convidado pelos padres de minha paróquia, e pelos missionários, para fazer um retiro vocacional, decidi entrar no seminário e pretendo ir até o fim”, declara Douglas.
Outro que compõe o grupo dos 15 seminaristas da diocese é Sérgio Luis Rodrigues Nunes, o que está mais avançado nos estudos, no 4º ano de Teologia. Sérgio já está se preparando para o diaconado, passo antecede a ordenação sacerdotal. Com a vocação religiosa alimentada desde a infância, na família e no serviço de coroinha, Sérgio veio da cidade de Lages – SC, mas tomou a decisão de atuar como padre na diocese de União da Vitória. “Ainda quando era frade capuchinho vim, pela congregação, para trabalhar na paróquia Nossa Senhor do Rocio, em União da Vitória e, enquanto meus estudo aqui, fui me identificando com esta diocese. Tenho minhas raízes em Lages, mas pelas amizades que aqui fiz e vendo alguns que estudaram comigo já padres, me impulsiona a atuar nessa diocese”, comentou o seminarista. Devido ao falecimento de seu pai, Sérgio ficou afastado do seminário por seis anos para auxiliar sua mãe, depois retomou os estudos.
Apesar da redução no número de seminarista este ano, padre Rodrigo Scherer Reitz, vice-reitor do seminário, diz que para a diocese o número é considerado razoável. “Tendo em vista que nossa diocese é pequena comparada a outras, 14 seminaristas da nossa diocese é um número bom, contudo, os gastos para manter toda a estrutura são praticamente os mesmos de antes”, diz o padre. No mês de março, o 3º andar do Bloco 1 do seminário, que tem suas repartições em madeira entrou em reforma, com a troca de toda a cobertura por uma estrutura metálica.
Com 2 blocos para moradia, mais uma igreja como capela, o seminário tem espaço para abrigar de 50 a 60 seminarista internos, número que chegou a acontecer, entre os anos de 1997 à 2000.
Diferente do que se possa parecer, pela redução de vocações, as pesquisas mostram que o número de padres aumentou no Brasil, como declarou Anselmo Limberger, presidente da Comissão Nacional de Presbíteros – CNP, em entrevista em 2012 para o Instituto Humanitas (Unisinos). “Observo que o clero diocesano nos últimos anos cresceu em número, tornou-se jovem […]”, declarou. (http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/506678-conjuntura-eclesial-no-brasil-entrevista-especial-com-jose-maria-da-silva-ribeiro-e-anselmo-matias-limberger). Na diocese de União da Vitória porém, o trabalho de encontrar vocacionados está sempre em movimento.
Não satisfeito com as estatísticas, para intensificar a motivação à vocação sacerdotal e religiosa na diocese, padre Evaldo Karpinski da paróquia São Carlos Borromeu, de Paula Freitas – PR, assessor diocesano do Movimento das Capelinhas, em conjunto com o padre Rodrigo, do Seminário Diocesano, estão promovendo as vocações por meio de um folheto que será distribuído pelas zeladoras de capelinhas às famílias. Esse folheto conterá Oração pelas vocações e pela família, uma palavra do bispo diocesano e uma explicação de como fazer a campanha para auxiliar nos custos dos seminário. Algumas paróquias já começaram a fazer sua promoção vocacional acompanhada de palestras e momentos de espiritualidade para os jovens participantes.
Para o padre Evaldo, esse trabalho visa reforçar o apelo vocacional, levando as famílias a rezarem mais pelas vocações e chamando os jovens a conhecer melhor a vida sacerdotal. “A partir dessa divulgação se toma mais conhecimento da vocação sacerdotal e religiosa, e a campanha nos ajuda a melhorar nossas estruturas físicas, para acolher os vocacionados”, afirmou o padre.
Atualmente, os movimentos que estão mais direcionados para o trabalho das vocações são o Movimento Serra e a Obra das Vocações Sacerdotais (OVS), ligado às Capelinhas que visitam as famílias. Ambos colaboram com trabalho de promoção vocacional e Oração pelas vocações, e na ajuda financeira para a manutenção do seminário. Muito se valoriza também o ministério dos coroinhas, que desperta meninos e meninos para a vida religiosa.
A equipe formativa do Seminário Diocesano promove também os retiros e estágios vocacionais que acontecem de duas a três vezes no ano. Atualmente estão sendo acompanhados 10 meninos de diversas paróquias, que podem, no prazo de alguns anos, ser novos seminaristas da diocese de União da Vitória.
Marcelo de Lara
fmslara@yahoo.com.br